Publicado em 13/06/2016 - paulo-botelho - Da Redação
O enriquecimento da maioria dos políticos brasileiros é a prova mais evidente pelo qual eles têm lutado pelo avanço do nosso subdesenvolvimento.
No Brasil, o amianto é empregado em centenas de produtos como telhas, caixas d’água, guarnições de freio, juntas e gaxetas, entre outras atividades.
O amianto, também conhecido como asbesto, mata, embora a palavra que vem do grego significa, paradoxalmente, “imortal”. Provoca câncer na pleura. Uma vez diagnosticada a doença, o paciente morre em menos de 1 ano. O tempo de latência situa-se entre 4 e 7 anos. Os pulmões do doente, de forma gradual, deixam de funcionar. As fibras dispersadas no ar são inaladas pelas pessoas sem condições de expelí-las. Outros tipos de câncer, como o de laringe, estão associados à inalação da poeira do amianto. Para se ter uma ideia da ordem de exposição de gravidade, temos: um americano se expõe em média 100 g/ano; um canadense a 500 g/ano e um brasileiro a 1.800 g/ano.
Longo é o caminho ensinado pela teoria; curto e eficaz é o da prática pelo exemplo. Em 1997, decretou-se na França uma lei proibindo qualquer comercialização do amianto (fabricação, importação ou exportação). Os franceses aboliram de forma definitiva o amianto.
É vergonhoso o lobby do amianto existente no Brasil. Tal lobby está infiltrado na Câmara dos Deputados e nas Assembleias dos Estados, além de redações de jornais e tevês. É financiado por empresas que produzem e comercializam o amianto. Existe até um comitê pelo amianto limpo, embora não exista amianto limpo. Chegam a dizer, com a cara mais sem-vergonha do mundo, o seguinte: “A fibra do amianto brasileiro é mais curta do que a europeia, por isso não chega a matar tanto”.
Eis aí como é o avanço do nosso subdesenvolvimento. – Quem é mais inimigo, o amianto ou os políticos?
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br