Publicado em 12/12/2016 - paulo-botelho - Da Redação
Quase todas as pessoas querem um automóvel – ou mais de um; e não se busca olhar para as consequências que isso acarreta para as cidades e também para os bolsos.
A recuperação humana das cidades diz respeito a pensar espaços para as pessoas e não para os automóveis. Isso implica em ruas menores, calçadas e ciclovias ao invés de vias expressas.
É preciso pensar em maneiras de transformar as nossas desagradáveis cidades para boas de se viver. Isso tem a ver com tecnologia, mas muito mais com as atitudes das pessoas; não é só colocar câmeras e centrais de controle.
Paris é o melhor exemplo de cidade humana e inteligente. Sua reengenharia se baseou nas antigas vilas medievais que tinham uma milha de raio para locomoção. Ela foi reconstruída em condições de funcionalidade muito boas para os dias de hoje, pois a locomoção é feita por transporte público em sua velha mas eficiente malha de metrô com mais de 800 quilômetros. Paris é uma cidade impossível de se locomover de automóvel. Não há sequer locais de estacionamentos. Os seus 20 (vinte) Arrondissements (Distritos) contam, cada um, com serviços essenciais (escolas, hospitais, mercados, bancos, policiamentos) o que é ideal. – E é a cidade dos deliciosos pães quentinhos em qualque r hora do dia ou da noite.
No sentido oposto, cidades como São Paulo, Rio, Brasília ou Campinas, entre tantas, são desumanas e burras por causa dos congestionamentos e da deseducação das pessoas.
A maioria dos brasileiros prefere que suas cidades tenham mais viadutos, mais avenidas e mais estacionamentos; exceto para uma minoria que prefere suas cidades organizadas para as crianças, assim como Paris: uma cidade de conforto móvel para se carregar dentro do coração.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br