Publicado em 26/08/2019 - paulo-botelho - Da Redação
Acometido por Hipotireoidismo
com gravidade, durante meses, só agora é que estou podendo voltar às minhas
atividades; entre elas escrever.
Peço desculpas aos meus caros
leitores e especialmente ao Vagner D. Alves, diretor desse semanário
onipresente em quase todo e estado de Minas Gerais.
“Escrever é contar história” foi
o meu artigo antes dessa implacável doença. E o que segue é a sua
complementação.
É muito importante procurar
descrever evitando textos densos, prolixos. A descrição é uma habilidade que se
aprende; mas para isso é preciso ler muito.
Escrever é mais que associar
palavras e ideias. É buscar uma sintaxe que faça chegar ao leitor um
entendimento com simplicidade, objetividade e, se possível, com alguma iluminação
poética. É importante escrever com humor, na medida do possível, O humor é uma
forma de anestesiar o coração no sentido de que a maioria das pessoas que povoa
este Brasil de Bolsonaro é dura, insensível, difícil de aguentar.
Em “As Quatro Faces do
Tetraedro”, meu terceiro livro, procuro compreender como as palavras se cruzam
entre as frases e se completam nos entendimentos.
Georges Simenon, escritor belga,
ensina: “É o parágrafo e não a frase a unidade básica da escrita”. Para mim, o
parágrafo é onde começa a coerência em que as palavras se tornam algo mais que
meras palavras. Se as palavras criam parágrafos, às vezes eles dão sinal de
vida e começam a respirar. Sinal de que a página está pronta.
Para mim, escrever diz respeito
somente ao que se passa entre o leitor e a página.
Paulo Augusto de Podestá Botelho
é escritor. Associado-Docente da SPBC – Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência. E-mail: papbotelho5@gmail.com