Publicado em 06/09/2016 - paulo-botelho - Da Redação
Uma banana é definitiva. Além de nutritiva, contém potássio, é algo que a natureza faz de modo perfeito; já vem pronta. Não há japonês que possa melhorá-la mais!
O Brasil, grande produtor de banana, é um país que se fez e tenta se refazer a duras penas. Colonizado pelos portugueses e saqueado por franceses e holandeses, nunca colonizou ou saqueou nenhum país. Apesar de tanta ignorância cultural e inacreditável bandidagem, o país continua querendo ficar de pé; mesmo que ainda com as mãos no chão.
São Paulo trabalha, Curitiba prende, Brasília burocratiza, Salvador festeja, Belo Horizonte conspira e o Rio de Janeiro, esse incrível balneário, goza a vida.
Na Olimpíada Rio-2016, o saltador Levillenie sempre teve a seu favor o fato de ser filho da França, esse majestoso país que se fez à custa da exploração de outros. Campeão mundial de salto com vara, Levillenie quis muito a medalha de ouro, mas teve que ficar com a de prata. E demonstrou toda a sua contrariedade ou inveja de Thiago Braz tendo que ouvir no pódio, não a Marselhesa, mas o Hino Nacional Brasileiro.
Thiago precisou superar sozinho muitas dificuldades para chegar onde chegou. Abandonado pela mãe ainda bebê, foi criado pelos avós. Ele precisou superar toda a falta de estrutura de atletismo de Marília, sua cidade. Lá havia apenas uma vara para cinco atletas treinarem. Não reclamava; só procurava fazer bem feita a sua parte. – E que beleza de salto! Nem o ucraniano Bubka, recordista mundial, saltou mais bonito. Bubka diz que o atleta dessa modalidade precisa saber correr com aquela imensa vara nas mãos. Thiago, segundo o ucraniano, ainda precisa aprender a dar 20 passos para obter melhor velocidade. Ninguém vai ensiná-lo; vai aprender sozinho. – E comendo muita banana; essa fruta que já vem pronta!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br