Publicado em 04/06/2018 - paulo-botelho - Da Redação
Agindo bem ou mal – ou não fazendo nada, somos o que fazemos.
Temos no Brasil uma das elites de maior crueldade no mundo. Na
recente paralisação dos caminhoneiros, essa nossa elite analfabeta funcional e
sobretudo egocêntrica mostrou a sua cara. – “Quero ter o meu conforto; o resto
que se dane!”
Não é preciso relatar aqui neste espaço os espantosos casos
ocorridos durante o desabastecimento do país. Os tomadores de decisões ficaram
esmagados debaixo das rodas dos possantes caminhões.
Faltou e falta capacitação técnica e interpessoal; faltou e falta
planejamento estratégico.
Estamos observando o silêncio da empáfia dos burguesotes:
paneleiros e marchadores de camisa verde-amarelo, além dos patos da Fiesp. – E
vê-se que para confundir a opinião pública colocam em prática a estratégia de
Lênin: “Xingue-os do que você é; acuse-os do que você faz!”
A elite brasileira não é uma só. São várias; e em geral péssimas.
Mas, é preciso rever a história para um melhor entendimento. Os
ingleses que saíram para os Estados Unidos foram fundar; formar um lugar, um
país. O patriotismo americano é impressionante; vê-se a bandeira americana por
todo lugar. Entretanto, os portugueses não vieram aqui para fundar nada. Vieram
tirar o que foi possível tirar, assim como os espanhóis na Colômbia. A
diferença é esta: ao invés de dar, tiraram; roubaram.
As diferenças podem até serem compreensíveis, mas não há no Brasil
uma conversão de ideias – o que causa uma enorme dificuldade.
Se o leitor quiser ver Pau-Brasil só vai encontrar algumas
amostras no Museu do Ipiranga em São Paulo.
Somos o que fazemos; mas,
de forma correta, quando nos comprometemos a mudar o que somos.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e
Escritor. www.paulobotelho.com.br