Publicado em 13/08/2013 - politica - Da Redação
Campanha Assine + Saúde, liderada pela Assembleia, mobilizou mineiros na luta por mais recursos federais para o setor.
O objetivo da campanha é apresentar um projeto de lei de iniciativa popular no Congresso Nacional obrigando a União a destinar o mínimo de 10% de sua receita corrente bruta para a saúde. Isso representaria um adicional de aproximadamente R$ 40 bilhões ao que é investido atualmente.
Para que o Congresso Nacional aceitasse o projeto, era preciso reunir 1,5 milhão de assinaturas em, pelo menos, cinco Estados. Cada Estado deveria contribuir com, no mínimo, 43 mil assinaturas. Minas Gerais foi o Estado campeão de assinaturas, que começaram a ser entregues em Brasília na última segunda-feira (5) pelas entidades que também participam da campanha.
O deputado Dinis Pinheiro elogia o senso de cidadania dos mineiros, na mobilização pela coleta de assinaturas. “A saúde pública dos brasileiros caminha a duras penas, graças somente à garra dos Estados e municípios. O povo mineiro às vezes é tímido, mas deu um show de união nessa campanha”, afirma.
Ainda segundo o parlamentar, não dá mais para negligenciar o bem mais precioso do cidadão: a vida. “A essência da vida pública é melhorar a vida do povo, sobretudo dos mais pobres, que merecem um atendimento digno na saúde pública. Por isso, esta não é uma causa só da Assembleia, mas de todo o povo brasileiro”, resume.
Já o presidente da Comissão de Saúde da ALMG, deputado Carlos Mosconi (PSDB), que é médico, está confiante em uma mudança do quadro de penúria da saúde pública brasileira. “Essa campanha sensibilizou todos e superou as nossas expectativas. Uma simples assinatura nesse caso vale muito, pois pode mudar o destino de milhões de brasileiros”, completa Mosconi.
Mosconi tece elogios ao modelo de atendimento preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que ajudou a criar, como deputado constituinte. Mas com recursos insuficientes, quem sofre é o cidadão mais carente. “Como diz o ditado popular, estão tapando o sol com a peneira. O SUS, na teoria, é sensacional, mas a conta cai nas costas dos Estados e municípios. O projeto de lei do Assine + Saúde, que pode mudar isso, não é de ninguém, é do povo brasileiro”, destaca.
Emenda 29 abriu discussão sobre o SUS
A chamada Emenda 29, promulgada há 13 anos, abriu a discussão em torno dos problemas de financiamento do SUS, gargalo que ficou ainda mais em evidência com a onda de manifestações populares em junho último. A emenda estabeleceu que os Estados devem aplicar 12% da sua receita corrente bruta no setor, patamar que é de 15% para os municípios.
A União, por sua vez, ficou sem um valor mínimo de investimento, o que penalizou as finanças de Estados e municípios. Essa discrepância foi o estopim para um movimento em defesa de um atendimento de qualidade na saúde pública que tomou conta do País nos últimos anos.
Em Minas, a ALMG chamou para si a responsabilidade, e desde o ano passado dezenas de municípios foram visitados na missão de mobilizar a população na coleta de assinaturas. Nacionalmente, também estão nesta caminhada a Associação Médica Brasileira (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Academia Nacional de Medicina (ANM).
Além da ALMG, a campanha contou com o apoio de entidades como Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Associação Mineira de Municípios (AMM), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), entre outras.
Fonte: ASCOM / ALMG