Publicado em 22/12/2011 - politica - SEGOV - Agência Minas
Escritores de várias partes do país enviaram trabalhos para concorrer nas categorias Poesia, Ficção, Jovem Escritor Mineiro e Conjunto da Obra
“É uma cerimônia singela, mas ao mesmo tempo muito significativa, porque está consagrando algo que para Minas Gerais é fundamental, que é exatamente a Cultura. Minas não pode ser entendido enquanto Estado da Federação na sua trajetória, na sua história, sem nós aquilatarmos o que significa a cultura de Minas Gerais nas suas diversas manifestações e dentre elas a literatura. A literatura se desdobra nesses 300 anos de nossa história. Por isso, o prêmio do Governo de Minas tem dificuldade, dentre tantos concorrentes de alta qualidade, de identificar aqueles que possam ser premiados”, afirmou Anastasia, destacando as obras que concorreram aos prêmios.
responsabilidade imensa de nos fornecer essa energia do bem. O prêmio continuará, queremos continuar reconhecendo o mérito daqueles pelo conjunto da obra, estimulando quer na poesia quer no romance, aqueles que apresentam seus trabalhos e também essa figura interessante do jovem escritor para dar a ele um estímulo ainda maior para a redação de seus trabalhos e elaboração de sua arte. Quero contar muito com cada qual para nos dar o que é fundamental no dia a dia de uma civilização que se pretende ser adiantada que é exatamente a cultura, a arte, o saber e o conhecimento, sem os quais a nossa vida seria, certamente, extremamente estéril, negativa e muito atrasada”, disse o governador.
Premiados
Affonso Ávila foi o escolhido por unanimidade pela comissão julgadora na categoria Conjunto da Obra por ser capaz de conjugar experimentação e legado histórico. O poeta e ensaísta iniciou sua trajetória em 1940. Publicou diversas obras de poesia, como O açude (1953), Código de Minas (1969) e Poeta poente (2010). Ávila participou dos movimentos da poesia brasileira, tendo organizado, em 1963, a Semana Nacional da Poesia de Vanguarda, em Belo Horizonte. Como ensaísta merece destaque seu trabalho de pesquisa e reflexão sobre o Barroco no Brasil. Publicou livros como Resíduos seiscentistas em Minas (1967) e o Lúdico e as projeções do barroco (1971). Criou e dirigiu a revista Barroco e foi um dos editores da revista Tendência.
Aos 84 anos, ele destacou a repercussão que o prêmio já alcançou em todo o país e a sua importância para o incentivo entre os jovens escritores. “É um prêmio importante porque reconhece o trabalho, uma longa estrada percorrida. Esse prêmio do Estado tem uma amplitude e uma repercussão maior porque alcança o Brasil inteiro. É um estímulo muito grande para os jovens, uma chave que para eles abre um caminho editorial. Essa valorização da literatura amplia muito a sua repercussão”, avaliou.
André Oliveira Zambaldi, aos 26 anos, foi o premiado como jovem escritor mineiro com a obra O Sono de Morfeu, criação de um narrador que exprime os conflitos de um estudante em formação, tomado pelo excesso de teorias, sem o devido tempo de maturação. “Um incentivo como esse é maravilho, dá um ânimo. Para o início de trajetória é um passo para uma longa caminhada. Não há palavras para exprimir a felicidade e a gratidão ao governo de proporcionar isso para a gente. É a terceira vez que eu tento e espero que sirva de estímulo e exemplo para muitos jovens que estão tentando. A persistência um dia vai gerar frutos”, destacou André.
Mineiro de Miradouro, na Zona da Mata, Jeter Jaci Neves foi destaque na categoria Ficção/Romance com a obra Vila Vermelho que traça, em tom memorialístico, uma crítica à chamada “cultura do vencedor”, ao criar um narrador triunfante marcado pela derrota em questões essenciais da vida. “Agradeço muito. Estou muito feliz com essa homenagem e creio que pela importância do concurso eu terei mais uma porta aberta no mercado editorial”, disse.
Cálcio, de Antônio de Pádua Fernandes, foi a obra escolhida na categoria Poesia pela sua elaborada construção semântica e formal. Merece ênfase características como a tensão textual permanente, a abordagem de inquietantes temas atuais e a indicação de um caminho singular, que torna possível combinar rigor formal e discursividade.