Publicado em 31/08/2012 - politica - Da Redação
Homem do campo aclama por mais assistência técnica e reforma agrária no Ciclo de Debates sobre Agricultura Familiar na Assembleia de Minas
“Temos que fazer a assistência técnica chegar à ponta, lá no produtor de maneira que traga benefício a ele”, defendeu Antônio Carlos.
Participantes elogiam iniciativa da Assembleia e enaltecem trabalho de Arantes
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), Vilson Luiz da Silva, expôs sua satisfação com a iniciativa de a Assembleia promover o desenvolvimento rural com este debate sobre a agricultura familiar. “É a oportunidade de chamarmos Governo Estadual, Federal para mostrarem suas políticas públicas voltadas para o setor”, exemplificou. Vilson disse também que é a chance de observar os papéis de entidades importantes como o Incra, o Instituto de Terras de Minas Gerais (ITER) e criar um documento que seja norteador para nossas pretensões daqui pra frente”. O representante da FETAEMG ponderou, ainda, que é necessário melhorar a questão da assistência técnica. “Não estou dizendo que o trabalho da EMATER é ruim, ao contrário, mas não é suficiente para atender toda a demanda que existe no Estado”, alegou. Um alerta dito por ele também foi a de que se não houver incentivo neste sentido, só ficarão no campo as pessoas idosas. “Aquilo que os políticos colocam no perímetro urbano, na cidade, precisamos colocar também no campo”. Sobre Arantes, Vilson o elogiou dizendo ser um parlamentar comprometido, um agricultor conhecedor das questões que afligem a zona rural. “O deputado sempre tem nos chamado para os debates, está preocupado em ouvir as autoridades que envolvem os assuntos pertinentes ao agricultor”, observou.
O engenheiro agrônomo do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Jean Paul Pavie atua na cidade de Itamarandiba. Segundo ele, o produtor precisa ser direcionado. “O grande entrave hoje no meio rural é a falta de assistência técnica, em Itamarandiba, por exemplo, temos só um técnico da EMATER para 3.250 agricultores, fica inviável”, relata. Jean contou que o trabalho no campo sem pesquisa desestimula e dificulta a vida do produtor e acaba causando o êxodo rural. “Este êxodo já está acontecendo, infelizmente, se não for feito nada, daqui a uns 10 anos, a zona rural será vista apenas para lazer e não para trabalho”, adianta. O engenheiro elogiou a iniciativa da Assembleia e a proposição de Antônio Carlos Arantes. “Pude ver no material distribuído pela equipe dele, que é um deputado atento e que divulga projetos muito importantes para o produtor como o Programa de Aquisição Alimentar (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), vejo que o deputado engrossa o coro da importância do agricultor familiar nas nossas vidas. Temos também que priorizar o Programa de Combate a Pobreza Rural (PCPR) e evitar que o produtor rural fique à mercê de políticas municipais”, emendou.
O vereador de Sacramento e produtor rural, Marcelino Marra crê que a grande dificuldade é o acesso às informações que levam ao crédito e ao manejo adequado na propriedade rural. “E isto implica na baixa produtividade. A agricultura familiar como o agronegócio é viável se for acompanhado de inovações tecnológicas, manejo adequado da área, seja de agricultura, bovinicultura ou animais de pequenos portes, ela só é sustentável se houver acesso às informações de tecnologia, crédito e manejo”, repetiu. Segundo o parlamentar de Sacramento, o deputado tem trazido a ‘luz’ para vários setores da sociedade para que enxerguem a importância da agricultura familiar. “A sustentação da economia mineira está muito na agricultura, seja ela familiar ou do agronegócio. Quando o Arantes foca na agricultura familiar é porque ele entende que é possível criar riquezas com as suas atividades exercidas nas propriedades rurais”, concluiu.
Matéria: Ricardo Gandra