Publicado em 10/02/2015 - politica - Da Redação
O projeto de resolução que estabelece a volta do pagamento do auxílio-moradia para todos os 77 deputados estaduais de Minas está na pauta de na terça-feira (10), em segundo turno, na Assembleia, e deve ser aprovado com tranquilidade na Casa. Fato raro se comparado a outros projetos em tramitação, a concessão do auxílio mensal de R$ 2.850 passará a valer no Legislativo apenas sete dias após ser apresentado pela Mesa Diretora, mas os deputados temem a reação popular.
Um abaixo-assinado no site Avaaz já conta com 1.400 assinaturas contrárias à medida. Mesmo assim, os deputados prometem comparecer em peso à reunião plenária, que conta apenas com a proposição em pauta. Com medo de sofrer pressão, porém, nem todos os parlamentares quiseram declarar voto antes da reunião. Outros se anteciparam e garantiram que, apesar de votar a favor da matéria, vão abrir mão da benesse.
Na votação em primeiro turno, 44 dos 77 deputados se posicionaram sobre o projeto: 40 votaram sim, e outros quatro, não. Estavam no plenário no momento da análise 55 parlamentares, 11, porém, preferiram se abster do tema. Os 33 que não votaram alegam temer a pressão dos colegas, principalmente da Mesa Diretora, autora do projeto.
Um dos que não votou na plenária da semana passada, Gil Pereira (PP) diz ainda não ter posição clara sobre o tema. “Ainda não sei o que vou fazer. Estamos conversando com a bancada”, alega. Fabiano Tolentino (PPS) também não votou em primeiro turno, mas promete abrir mão da verba. “Sou contra, não recebo nem vou receber. Vou votar contra amanhã (hoje). Defendo que esse benefício não seja dado a ninguém”, diz o deputado, que mora em Divinópolis.
Segundo outro parlamentar que pediu anonimato, a ausência de muitos deputados ocorreu por medo da reação dos colegas. “Muitos deputados são a favor do auxílio, então poderiam retaliar quem é contra, que também não são poucos. Vai ser aprovado, mas vou votar contra, já que é em segundo turno”, admitiu. Quem também promete abrir mão dos R$ 2.850 mensais é o líder do governo Durval Ângelo (PT). “A Casa está equiparando com os outros Poderes, mas não vou querer receber”, afirmou o petista.
Até quem é da Mesa e propôs o projeto acabou se ausentando da primeira votação, entre eles Alencar da Silveira (PDT) e Wilson Batista (PSD).
Equiparação
Defesa. O auxílio-moradia era pago apenas para deputados sem residência na capital. Mas, segundo o membro da Mesa, Hely Tarquínio (PV), a mudança “é importante para equiparar os Poderes.”
FONTE: ISABELLA LACERDA - JORNAL O TEMPO