Publicado em 19/02/2020 - politica - Da Redação
Programa é uma parceria entre
governo, ABDI, Sebrae e Senai. Missão da ABDI é administrar a plataforma e
realizar a gestão das informações
O presidente da República, Jair
Bolsonaro, assinou, na terça-feira (18), decreto de criação do programa
Brasil Mais. Coordenado pelo Ministério da Economia, o Brasil Mais será gerido
pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e executado pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Brasileiro
de Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 
O Brasil Mais tem o objetivo de
aumentar a eficiência das empresas e ampliar a produtividade do setor produtivo
e a competitividade do país, em uma jornada de transformação digital. A meta é
atender 200 mil micro, pequenos e médios empreendimentos da indústria, comércio
e serviços de todo o território nacional, até 2022. O programa reúne
metodologias e ferramentas de baixo custo voltadas para melhorar a capacidade
de gestão e de produção, para reduzir desperdício e aprimorar processos, em um
cenário de transformação digital.
“É um programa de implementação
rápida e de baixo custo que oferece aos micro, pequenas e médios empresários
soluções para melhorar a gestão, inovar processos e reduzir desperdícios”,
analisa o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do
Ministério da Economia, Carlos Da Costa. “Diante da evidência de estagnação da
produtividade brasileira nos últimos 30 anos, o governo federal buscou
experiências internacionais e iniciativas de impacto para enfrentar o problema
de maneira rápida e eficaz”, completa.
“Ao promover a melhoria de
processos produtivos e de gestão, o Brasil Mais vai contribuir para iniciar a
jornada de transformação digital do setor produtivo, favorecendo o aumento de
produtividade das empresas e a competitividade do país”, disse o presidente da
ABDI, Igor Calvet. A ABDI terá a missão de administrar a plataforma do programa
e realizar a gestão de dados, “o que contribuirá para o monitoramento dos
resultados do programa e a formulação de ações futuras voltadas para micro,
pequenas e médias empresas”, segundo Calvet.
Para participar do programa, as
empresas devem se cadastrar por meio do portal gov.br/brasilmais, responder a
um questionário para avaliar o grau de maturidade, de produtividade e de
gestão. Depois dessa etapa, a companhia será encaminhada para o atendimento
assistido de um dos parceiros do Brasil Mais: Sebrae ou Senai.
Segundo o presidente do Sebrae,
Carlos Melles, “o aumento da produtividade brasileira passa necessariamente
pela micro e pequena empresa, que representa 99% dos negócios do país.
Acreditamos que o Brasil Mais será a porta de entrada para disseminar melhorias
gerenciais e inovações tecnológicas de modo a aumentar a participação dos
pequenos negócios no PIB, de 27% para 40% na próxima década”, destacou.
“O Brasil Mais tem como principal
objetivo apoiar empresas da indústria, comércio e serviços, de todo o
território nacional, para que elas consigam obter ganhos na produtividade e se
tornem mais competitivas”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. “Acreditamos que o programa
estimulará o aumento dos investimentos necessários à tão desejada retomada do
desenvolvimento econômico e social do país, viabilizando a geração de mais e
melhores empregos para os brasileiros.”
Hub
Parceiros estratégicos da
iniciativa, SEBRAE e SENAI serão responsáveis pelos atendimentos às empresas e
pela aplicação das metodologias, divididas em dois eixos: Melhores Práticas
Produtivas (Senai) e Melhores Práticas Gerenciais (Sebrae).
O SENAI contribuirá para a
melhoria de processos produtivos dos clientes de indústrias. A instituição
atenderá estabelecimentos que variam de 11 a 499 funcionários. Fará a
capacitação profissional, promovendo o aprendizado coletivo em grupos de seis a
oito empresas, e conduzirá consultorias especializadas em práticas e
tecnologias que potencializem os resultados da produção, com base nas
metodologias de manufatura enxuta. Serão 1,3 mil consultores atuando em todo
território nacional, além de professores e tutores dos cursos de capacitação,
online e presenciais, e equipes de suporte.
O Sebrae atenderá micro e
pequenas empresas, prioritariamente, de comércio e serviços. O órgão vai
oferecer orientação técnica e consultorias individuais, para que os clientes
aperfeiçoem habilidades e práticas gerenciais. Após um diagnóstico aprofundado
da gestão da firma, será desenhado um plano de ação customizado contemplando um
pacote de consultorias especializadas em gestão e inovação para cada empresa
assistida pelo Brasil Mais. O parceiro disponibilizará 1,1 mil Agentes Locais
de Inovação (ALI) em parceria com o CNPq, que terão a função de acompanhar as
empresas de forma individualizada, além de centenas de consultores que
realizarão atendimentos especializados. As micro e pequenas empresas que
optarem por esse eixo deverão possuir receita bruta de até R$ 4,8 milhões.
Etapas
A primeira etapa dessa jornada do
programa Brasil Mais é a otimização. O objetivo é que as empresas atendidas
consigam reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e melhorar processos e
custos. A partir da intervenção, espera-se que as empresas adotem uma gestão
baseada em indicadores e, assim, melhorem seu posicionamento no mercado e
aumentem suas vendas. Para isso, a iniciativa capacitará os clientes e
fornecerá agentes locais de inovação que farão acompanhamento técnico e
ajudarão os empreendedores na escolha de melhores práticas produtivas e
gerenciais.
Batizada de transformação
digital, a segunda etapa tem como objetivo o suporte às empresas, para
aperfeiçoar processos produtivos e gerenciais a partir da adoção de tecnologias
digitais adequadas à realidade dos empreendimentos. Por fim, para as empresas
que tiverem maturidade avançada, o programa prevê uma terceira fase dedicada a
acelerar a adoção de tecnologias de Indústria 4.0. Para essa última fase, em
2020, serão realizados projetos pilotos com o objetivo de testar a metodologia
proposta. Após a validação desse processo, o método será aplicado em um número
maior de empresas.
A iniciativa vai oferecer, além
dos atendimentos e orientações, conteúdo digital composto por Manuais de
Melhores Práticas Produtivas e Gerenciais, podcasts, e-books, acesso a links de
cursos de capacitação e até ferramentas de autodiagnóstico, que auxiliam
gestores a compreenderem a maturidade das empresas segundo um modo de produção,
gerência e adoção de ferramentas digitais.
Atendimentos
O Brasil Mais vai atender
indústria, comércio e serviços. A parte dos atendimentos assistidos das
empresas deve durar de três a seis meses. Os parceiros estratégicos custearão o
programa junto com as empresas. Na fase 1 do eixo de Melhores Práticas
Produtivas, as empresas pagarão uma taxa de R$ 2,4 mil, que é o custo de 16
horas de consultoria individual. Na fase da digitalização, a contrapartida das
empresas será de R$ 6 mil, correspondentes a 40 horas de consultorias
oferecidas pelo SENAI, acrescidos dos custos dos sensores e do sistema de
monitoramento on-line, a ser definido.
No eixo de Melhores Práticas Gerenciais, o atendimento, prestado pelo SEBRAE,
terá como contrapartida das empresas cerca de R$ 1.200, podendo variar de
acordo com o tipo de consultoria necessário para cada empresa. O objetivo é
que, com a melhoria dos processos de gerenciamento e produção, as empresas
atendidas recuperem o valor investido em poucos meses.
Resultados
O programa Brasil Mais será
executado até dezembro de 2022. Os resultados do projeto e suas vantagens
continuarão a produzir benefícios às empresas atendidas. Como legado do
programa, espera-se que os empresários aprimorem sua visão sobre a liderança, a
gestão e os processos produtivos de sua empresa, além de melhorar a capacidade
de planejar nos curto e longo prazos, identificar oportunidades de
investimentos e adotar uma cultura de melhoria contínua.