Comissão de Saúde debate o uso indiscriminado de agrotóxicos

Publicado em 18/11/2011 - politica - Assessoria de Comunicação

O uso de agrotóxicos nas lavouras mineiras foi o tema da audiência pública da Comissão de Saúde da ALMG da quarta-feira (16/11). Os parlamentares debateram com especialistas a consequência da contaminação dos alimentos e demais produtos agrícolas na população e nos trabalhadores rurais. O processo permanente de fiscalização, a agricultura familiar e a agroecologia foram apontados como alternativas para uma melhor qualidade dos alimentos.
Para o presidente da Comissão de Saúde, deputado Carlos Mosconi (PSDB), a política de controle e fiscalização de agrotóxicos precisa ser aprimorada para se evitar o abuso do produto. “O uso indiscriminado dos insumos agrícolas prejudica a saúde dos trabalhadores rurais e da população. Em 2009, cada brasileiro ingeriu, em média, 5 quilos de agrotóxicos ao longo do ano por meio dos alimentos.” O uso excessivo do agrotóxico pode causar doenças sérias, como tumores malignos, catarata e lesões no fígado.
Especialistas também defenderam o uso de tecnologias alternativas de produção agrícola que não estejam baseadas no uso de agrotóxicos e a agricultura familiar. “Existem casos em que a produção de alimentos orgânicos chegou a mesma excelência das lavouras tradicionais”, disse o coordenador estadual da Emater, Marco Aurélio Moreira.
Produção. De acordo com o deputado federal Padre João (PT), relator da Subcomissão Especial sobre o Uso dos Agrotóxicos e suas consequências à Saúde da Câmara dos Deputados, a produção no Brasil é de 613 mil toneladas de agrotóxicos por ano. Além disso, o país importa 266 mil toneladas/ano, o que demonstra o uso excessivo do produto. “Somos o país que mais consome agrotóxicos no mundo. E para piorar, segundo a ONU, o Brasil é o principal destino de insumos agrícolas proibidos no exterior.”
Os problemas com o uso de agrotóxico atingem diretamente os trabalhadores que manuseiam o produto, a área rural afetada pela pulverização e a aplicação perto de nascentes e lençóis freáticos. Entre os principais alimentos mais contaminados estão o pimentão, a uva, o pepino e o morango. O assessor da diretoria do IMA, Pedro Hartung, disse que, atualmente, existem 960 estabelecimentos comerciais em Minas que vendem agrotóxicos.

Texto: Janaina Massote - Assessora de Imprensa do dep. Carlos Mosconi (PSDB)
Gabinete Parlamentar em Belo Horizonte