Deputados da CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovaram na quinta-feira, 31, a convocação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O requerimento foi validado com ressalvas e Mantega não será considerado investigado.
A justificativa dos parlamentares é que o ex-ministro poderá contribuir com sugestões ao colegiado, já que foi responsável por reformulações no Carf. A CPI tirou da pauta de votações de ontem os pedidos de convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.
Mantega não é suspeito no esquema de venda de sentenças do Carf e a sua convocação seria "institucional". A decisão foi criticada por petistas e governistas. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) afirmou que o colegiado deveria "priorizar a convocação de pessoas sobre as quais há fortes indícios de envolvimento" e que a oitiva seria uma forma de "politizar" os trabalhos.
Marcus Pestana (PSDB-MG) rebateu dizendo que "seria melhor ouvi-lo agora, antes de começar a ouvir os suspeitos, justamente para não misturar as duas situações".
Em seguida, o presidente da CPI, Pedro Fernandes (PTB-MA), decidiu tirar os seis pedidos de convocação de Luís Cláudio Lula da Silva da pauta, por avaliar que ainda não há provas suficientes contra o empresário.
Fernandes vai pedir mais informações à Procuradoria-Geral da República (PGR) e o filho do ex-presidente Lula ainda poderá ser convocado. A Operação Zelotes indica que a empresa LFT Marketing Esportivo, de Silva, recebeu pagamentos de R$ 2,5 milhões da Consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos.
Também não foram votadas nesta quinta as seis convocações do empresário André Gerdau, diretor-presidente do Grupo Gerdau, do setor siderúrgico, investigado por supostas compras de decisões no Carf.
Alguns parlamentares pediram que a decisão fosse adiada para a próxima semana, o que gerou controvérsia entre os deputados. O presidente da CPI chegou a sugerir a retirada de pauta, o que não ocorreu. A sessão foi encerrada por falta de quórum, após obstrução do PT, PMDB, DEM, PR e PSB no início da votação do requerimento.
FONTE: DIÁRIO DE NOTICIAS