Publicado em 30/05/2019 - politica - Da Redação
A exemplo do que fizeram os países
árabes produtores de petróleo, no inicio da década de 70, a Associação dos
Cafeicultores do Brasil (Sincal) propôs, na segunda-feira
(27/05/19), a criação da organização dos países produtores de café para defender o
produto no mercado internacional.
A ideia foi
apresentada pelo presidente
da Associação
dos Cafeicultores do Brasil (Sincal), Armando Mattiello, e pelo
diretor Marco Antônio Jacob na audiência pública realizada pela Comissão de
Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG),
a pedido do deputado Antonio Carlos Arantes, vice-presidente da ALMG.
De acordo com Mattielo, um simples
ajuste no valor do café no mercado internacional poderia trazer bilhões de
reais para Minas Gerais: “Essa organização seria responsável por garantir
valores de venda superiores aos custos de produção; fomentar o aumento do
consumo; criar estoques estratégicos, e planejar a produção para que a oferta
não fique maior que a demanda”, justificou.
O deputado Arantes
defendeu a ideia: “Esta é uma das propostas que existem para o setor. O que
falta é uma ação coordenada que unifique todas elas em torno de um objetivo
comum, como fizeram os árabes”, afirmou. Ele lembrou ainda que uma postura
forte do governo estadual, junto ao governo federal, poderia resultar em ações
imediatas que refletiriam no preço do produto: “A Frente Parlamentar em Defesa
do Café já apresentou uma pauta de reivindicações, em Brasília. Agora temos que
cobrar os resultados”, reforçou.
Participaram da audiência pública os
deputados Bruno Engler (PSL) e Professor Cleiton (DC); além dos representantes
das secretarias de estado da Seapa, Níwton Castro Moraes; da Seplag, Sílvia
Carolina Listgarten; de órgãos governamentais, como a Emater, Bernadino
Cangussu; do BDMG, Rubens de Brito; do Ministério da Agricultura, Nélson
Ribeiro; além de instituições ligadas setor cafeeiro, como a Cocatrel, Marcos
Valério; a Sincal, Marco Antônio Jacob; a Faemg, Aline Veloso, e da
Ocemg, Geraldo Magela da Silva.
Todos defenderam políticas de proteção
para o setor e falaram do grande potencial de crescimento do mercado de café,
considerando que somente um quarto da população mundial consume o produto.
A SAFRA DO PREJUÍZO
Antonio Carlos Arantes abriu a reunião
lembrando que o atual modelo econômico cada vez mais asfixia o produtor, que
fica com uma pequena parte dos ganhos: “O Brasil é o maior produtor de café do
mundo e Minas Gerais é o maior produtor brasileiro. A cada xícara de café
vendida, vem para as mãos do produtor cerca de 10% de retorno financeiro. Só
que ele gasta mais do que isso para produzir. Então, no final das contas, o
principal responsável pela produção do café está é pagando para trabalhar.
Isso, sim, é trabalho escravo”, observou.
Os participantes da audiência pública
defenderam a redução dos custos e o reajuste do preço mínimo da saca. Eles
alegam que o custo de produção ficou muito acima do preço de venda praticado no
mercado.
Durante a reunião, também foi sugerida
a redução de impostos nos insumos agrícolas e a melhoria da malha
rodoviária do Sul de Minas, especialmente as rodovias que ligam
Pimenta a Guapé e Três Pontas a Varginha, essenciais para o escoamento dos
grãos.
Os parlamentares
presentes lembraram a importância do café para a economia mineira,
principalmente, agora, quando a mineração sofre com o rompimento das barragens.
Texto e foto: Juvenal cruz Junot
Assessoria de
Comunicação
Deputado Estadual
Antônio Carlos
Arantes