Publicado em 12/04/2018 - politica - Da Redação
Parlamentar afirma que também não vende seu voto
O deputado Antonio Carlos Arantes
(PSDB) garantiu na terça-feira, (10/04/18), na reunião da Comissão de
Administração Pública da Assembleia Legislativa, que vai votar contra a venda
da Codemig.
Arantes condenou o espírito
privatizador do governo do PT que quer entregar a “preço de banana” a maior
reserva de nióbio do mundo que dá um lucro de R$ 815 milhões por ano ao Estado.
O deputado aproveitou a audiência pública para avisar que seu voto não está à
venda: “Essa semana rodei umas 12 cidades do Sul de Minas. Várias pessoas
vieram me perguntar se era verdade que cada deputado que votasse a favor da
venda da Codemig receberia R$ 5 milhões em benefícios. Eu disse e reafirmo,
aqui e agora, que meu voto não está à venda, podem ter certeza disso. Não tem
esse negócio de 5 milhões, 10 milhões, ou o valor que for. Eu vou votar a favor
do povo mineiro e contra a venda da Codemig porque é o nosso patrimônio que
está em jogo”, assegurou.
Arantes disse ainda que não é verdade
que o dinheiro arrecadado com a venda da Codemig seria usado para saldar
dívidas do Governo do PT: “Pimentel não está preocupado em pagar os salários
dos servidores, nem com o calote que deu nos municípios. Ele quer o dinheiro da
Codemig é para gastar na campanha eleitoral do PT”, ressaltou.
O deputado Arantes lembrou que o
orçamento do Estado hoje é quase 50% maior do que quando Anastasia deixou o
governo: “Em 2014, o orçamento do governo Anastasia era de R$ 73 bilhões. Em
2018, o orçamento do governo Pimentel deve fechar em R$ 106 bilhões. Então, o
problema não é arrecadação, não é de crise financeira. O problema é capacidade
de gestão. O Governo do PT arrecada muito e gasta mal. É um governo falido e
ruim de serviço”, destacou.
Arantes alertou para o perigo da venda
da Codemig: “Esse é um governo que se você deixar, ele vai entregar tudo. Uma
coisa é vender uma empresa sem futuro e que não dá lucro. Outra coisa bem
diferente é vender a Codemig, que tem 90% do nióbio existente no mundo, e uma
mina que deve durar uns 400 anos. O nióbio é um metal estratégico, usado em
produtos em alta tecnologia, que deixa o aço mais resistente e maleável. O
mundo todo usa. Então, o mundo todo precisa do nosso nióbio. E nós vamos nos
livrar dessa riqueza?”, questionou.
TCE E MP DE CONTAS
DISCORDAM DO GOVERNO PETISTA
O Tribunal de Contas do Estado e o
Ministério Público de Contas questionam o preço de venda colocado pelo governo
petista, de aproximadamente R$ 5 bilhões. Para eles, a companhia vale, no
mínimo, 10 vezes mais do que isto.
A procuradora do MP de Contas, Sara
Meinberg Andrade Duarte, destacou ainda que, no procedimento investigatório do
órgão, foram
verificadas irregularidades de natureza formal e também quanto
à economicidade da operação de venda da companhia. Para ela, a Lei 22.828, que
autorizou a abertura de capital da Codemig, estaria em desacordo com a
Constituição do Estado.
A procuradora ponderou que a Codemig
detém 25% do lucro líquido da exploração do nióbio de Araxá (Alto Paranaíba), o
que representa R$ 815 milhões anuais em média: “A venda das ações da Codemig
reduziria fortemente a capacidade de investimento do Estado e, por isso,
entramos com representação no TCE”, concluiu.
O presidente do TCE, conselheiro
Cláudio Couto Terrão, também questionou a operação. “Essa instabilidade
jurídica pode desaguar numa inconstitucionalidade real”, alertou.
ASCOM / Texto e foto: J.C. Junot