Divergências levam vereador a deixar mesa diretora da Câmara de Muzambinho

A eleição de uma mesa diretora “mista” para o biênio 2015/2016 foi considerada uma demonstração de grande amadurecimento político no Legislativo de Muzambinho. No início deste ano, João Poscidônio (PSD) assumiu a presidência da Casa, tendo ao seu lado o companheiro situacionista Pelezinho (PT do B). Completaram a mesa os vereadores, supostamente de oposição, Osmar Dentista (PMDB) e Luquinha (PR). Porém, a tão sonhada união durou pouco, pois já em meados do ano a mesa sofreu a primeira baixa. Isto porque o campeão de votos Luquinha solicitou seu afastamento do cargo de 2º secretário da mesa diretora, pois não concordou com algumas atitudes tomadas.

Luquinha justificou que, mesmo ocupado com muitos compromissos profissionais, aceitou o convite para compor a mesa diretora. Seu objetivo foi exatamente contribuir para uma mesa diretora eclética, sendo formada por dois vereadores de situação e dois de oposição. Assim, sempre procurou ajudar o máximo possível. Porém, depois de alguns avanços e também divergências, percebeu que já havia ajudado dentro de suas possibilidades, preferindo o afastamento do cargo. Logicamente, reconhece que a decisão teve algumas motivações principais.

O vereador revela que o primeiro motivo de divergência, que culminou com seu afastamento da mesa diretora, foi a decisão de fechamento da Câmara na sexta-feira, liberando os servidores do período da tarde. Contrário à esta iniciativa, Luquinha argumenta que a política local e nacional está passando por um processo de crise. Com isso, há a necessidade de trabalhar de forma séria e honesta. Neste contexto, lembra que todos da sociedade em geral trabalham o dia todo na sexta-feira, não havendo justificativa para a Câmara fechar depois do almoço. Vale esclarecer que Luquinha não assinou o decreto da mesa diretora determinando o encerramento do experiente e fechamento do prédio na sexta-feira, na hora do almoço. Seu afastamento, portanto, foi uma forma de protesto e a maneira que encontrou para não ser conivente com a situação criada.

Luquinha também não concorda com o projeto de Resolução que promove a mudança no dia e horário da reunião ordinária do Legislativo. Ou seja, das 20 horas da segunda-feira, para as 17 horas da terça-feira. Numa primeira tentativa, a reunião seria mudada para as 9 horas, sendo que foi possível derrubar a emenda. Contrário à mudança, o vereador entende que a grande maioria da população muzambinhense trabalha das 7 às 17 horas. Para ele, se já existe dificuldade de participação da comunidade nas reuniões no período noturno, com a mudança para o período do dia, o afastamento popular será ainda maior.

Com o afastamento de Luquinha, nova eleição ocorreu na última semana, sendo que o vereador Reginaldo Canarinho (PSC) assumiu o cargo de 2º Secretário da Mesa Diretora.

INDEFINIÇÃO E JUSTIFICATIVA - O projeto de Resolução que trata da mudança do dia e horário da reunião foi aprovado em primeiro turno em 14/09. Depois de um empate em 5 a 5, o presidente João Poscidônio votou de forma favorável. A segunda votação aconteceria na reunião desta semana, no dia 21/09, mas o presidente João Poscidônio preferiu não colocar na pauta de votação. Assim, a decisão ficará para as próximas reuniões.

Na justificativa ao projeto, a mesa diretora (com exceção do vereador Luquinha) alegou que o estímulo da presença do cidadão em plenário é fundamental para o exercício da cidadania e também para atender os anseios da comunidade, principalmente das pessoas e setores representativos que estão diretamente ligados às matérias a serem apreciadas. Portanto, os membros da mesa diretora acreditam que a mudança irá facilitar a participação de autoridades e representantes de outros órgãos e instituições públicas e privadas nas reuniões ordinárias do Legislativo. A medida permitirá ainda a participação de estudantes, considerando os projetos pedagógicos executados durante o turno letivo. Por fim, acredita que a realização das reuniões ordinárias no período da tarde irá aperfeiçoar os trabalhos dos servidores e assessores.