Estado autoriza credenciamento cardiovascular para Santa Casa de Passos

BELO HORIZONTE – O Secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, autorizou na quarta-feira, 25 de julho, o credenciamento da Santa Casa de Passos para a realização de atendimentos cardiovasculares pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A autorização foi feita após ouvir explicações técnicas de comitiva composta por representantes de diversos setores de Passos. Também participou da reunião o subsecretário de Saúde, Breno Henrique Simões. Reunião foi agendada pelo secretário de Desenvolvimento Social, deputado Cássio Soares.
Liderada pelo provedor da Santa Casa, Vivaldo Soares Neto, pelo presidente da Irmandade, Walter Alvarenga de Oliveira, e pelo Diretor Executivo, Daniel Porto Soares, a comitiva apresentou as necessidades do credenciamento. Segundo eles, é imprescindível para que o atendimento de urgência e emergência oferecido na Santa Casa, pelo SUS, seja completo. Atualmente, 35% do atendimento de emergência são cardiovasculares. Segundo Daniel Porto a participação do deputado Cássio Soares no pedido foi imprescindível. “Ele nos atendeu prontamente. Nos reunimos com ele há cinco dias e hoje estamos aqui com essa boa notícia”, comemorou.

Revisão
Outro pedido feito pelos representantes da Santa Casa foi a revisão na metas físicas e financeiras do contrato assistencial do Estado com o hospital, para desonerar os cofres da instituição. Serviços extras (não pagos pelo Governo) realizados desde 2011 oneram o hospital em mais de R$ 2,2 milhões. Além desse valor, foi solicitada uma compensação financeira no valor de R$ 1,7 mi pelo serviço prestado em radioterapia por quase um ano sem credenciamento. O credenciamento para atendimentos cardiovasculares e o pagamento por parte do Estado dos serviços extras também foram tratados na reunião. Credenciamento foi autorizado.
Aos secretários, foi apresentada a dificuldade financeira enfrentada atualmente pelo hospital devido à alta defasagem de remuneração pelos serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde), pela desatualização das metas, estabelecidas em contrato em 2007. “Por causa disso, temos buscado diversas fontes complementares de recursos para a sustentação do hospital”, afirmou o provedor, salientando que a principal fonte é a comunidade, que em 2011 doou R$ 2,5 milhões.

Escassos
Porém, segundo Daniel Porto, os recursos estão ficando cada vez mais escassos e o Estado precisa fazer a parte dele. “Um contrato firmado há cinco anos precisa ser revisto”, garante. Dentre os principais custos que mais oneram a Santa Casa, está o atendimento de média complexidade, que em 2011 custou R$ 1,2 mi a mais do que foi repassado pelo Governo. Nos primeiros seis meses deste ano, esse valor já é de R$ 365 mil. “Mesmo com a ajuda da comunidade, estamos com um déficit desde março, acumulado em R$ 430 mil”, comentou o diretor executivo.
Além de pedir a revisão no contrato, os representantes da Santa Casa solicitaram que o Estado faça o pagamento dos valores gastos e não recebidos. “Esse é um momento agressivo, de crise sistêmica em todo o setor. Se não buscarmos uma solução agora, teremos sérios problemas futuros”, disse Daniel. O secretário Danilo de Castro se dispôs a estudar o caso, autorizando a Secretaria de Saúde a tomar as providências necessárias.