Publicado em 22/11/2019 - politica - Da Redação
Minas ocupa 1º lugar do país em número
de empresas que absorvem trabalho de detentos e são certificadas pelo
Ministério da Justiça
Minas
Gerais está em destaque no cenário nacional, com o 1º lugar em número de
empresas que empregam detentos e são certificadas pelo Ministério da Justiça.
“Para mim, é uma satisfação enorme saber que Minas Gerais é um estado que está
muito à frente dos demais. Isso é prova de que abraçamos essa causa tão
importante, que é oferecermos oportunidade de trabalho e de qualificação e
redução de penas para os detentos”, salientou o governador Romeu Zema, ao lado
do secretário de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araujo, e do
secretário-adjunto Gustavo Tostes.
O
governador aproveitou a cerimônia, que contou com a presença de servidores das
Forças de Segurança, para destacar os esforços do Governo de Minas em reparar
os problemas herdados da gestão anterior, principalmente com relação ao
pagamento dos salários. Zema citou a expectativa de poder quitar o 13º integral
do funcionalismo ainda neste ano ou no início de 2020.
“Ontem
(quarta-feira) tivemos a ótima notícia de que a Assembleia aprovou, em primeiro
turno, a operação que vai possibilitar essa regularização do pagamento. É um
passo. Vale lembrar que toda a operação financeira depende de trâmites junto às
instituições bancárias e algumas delas demoram mais que outras analisando
documentos etc. Mas posso dizer o seguinte: se não ficar pronto neste ano, fica
pronto no início do ano que vem. Então, estamos otimistas”, informou o
governador, reiterando a necessidade da implantação das reformas da Previdência
e Administrativa para equilibrar de vez as contas e recuperar o poder de
investimento do Estado.
Parcerias
de trabalho
Para
receber o selo, as empresas precisam ter em seu quadro de pessoal presos
provisórios ou condenados no regime fechado, semiaberto, aberto, domiciliar,
cumpridores de penas alternativas ou egressos, na proporção mínima de 3% do
total de empregados.
Durante
a solenidade, o general Mario Araujo fez uma apresentação dos números do
impacto do Selo Resgata em Minas. Atualmente, 469 empresas e órgãos públicos
mineiros mantêm parceria com o sistema prisional em todo o estado. O número de
detentos empregados subiu de 13,5 mil, em 2016, para 21.056 em 2019. Apenas
neste ano, o mercado absorveu aproximadamente 2,9 mil novos internos do sistema
prisional e a expectativa é que os números continuem aumentando.
“Esse
resultado é motivo de muito orgulho para todos nós e ainda queremos mais. Queremos
atingir a marca de 35 mil presos trabalhando até 2022. Para que todos tenham
ideia, a meta de 2020 já foi atingida neste ano, o que demonstra a aceitação
dessa mensagem da absorção da mão de obra do sistema prisional junto às
empresas e às prefeituras. É de muita importância essa atividade para trazer de
volta a população carcerária e resgatá-la ao nosso convívio”, disse o
secretário.
Ao
representar os empresários agraciados com o certificado, o gerente de produção
da Nansen S.A. de Instrumentos de Precisão, Luiz Américo, contou que mais de 90
presos já trabalharam na empresa, localizada em Contagem, e que os resultados
são muito positivos tanto para o empreendimento quando para os detentos, que
acabaram sendo reinseridos no mercado de trabalho.
“Os
participantes tendem a desempenhar funções com foco, rapidez e agilidade e,
hoje, contamos com integrantes do projeto no almoxarifado, no setor de
manutenção, jardinagem e na própria produção. A reintegração na sociedade é
fundamental para os egressos do sistema prisional. Eles têm uma nova chance no
mercado de trabalho. Recebemos mensagens de ex-participantes do projeto
contando como estão hoje, trabalhando e reintegrados ao mercado”, lembrou o
empresário.
Definido
pela Constituição Federal e pela Lei de Execução Penal, o trabalho possui
finalidade educativa e produtiva, além de contribuir para a diminuição da
quantidade de presos, uma vez que três dias de trabalho equivalem a um dia a
menos de pena. Cada unidade da federação é responsável por incentivar a prática
de acordo com a gestão de suas unidades prisionais.
100%
dos presos trabalhando
Localizado
em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Centro de
Ressocialização José Abranches Gonçalves teve o seu perfil reformulado em julho
de 2019 e passou a receber somente presos do sexo masculino que cumprem pena no
regime semiaberto. A unidade prisional, antes chamada de presídio, passou por
ajustes e reformas estruturais e, agora, é um centro prisional com foco em
ressocialização no âmbito do trabalho e ensino.
Atualmente,
100% dos presos que cumprem pena na unidade trabalham. Os 283 presos
custodiados estão atuando em quatro empresas parceiras do sistema prisional.
Além dos 283 custodiados que trabalham, 90 estudam em classes do ensino médio e
fundamental.
SEGOV