Mais um passo na luta contra a venda de Furnas

Publicado em 08/05/2018 - politica - Da Redação

Mais um passo na luta contra a venda de Furnas

Comissão Especial da Câmara Federal se reuniu na ALMG

No encontro que participamos no dia 07/05, na Assembleia de Minas, proposto pela “Comissão Especial da Câmara Federal que analisa a privatização da empresa, ficou mais do que claro que o Brasil se prepara para vender uma das cinco maiores geradoras hidrelétricas do mundo, em capacidade instalada. O preço é muito menor que seu patrimônio e o negócio poderá encarecer muito as contas de energia elétrica da população e também das empresas, sem falar dos problemas que os pescadores, produtores rurais, comerciantes e empresários do turismo do entorno do Lago de Furnas poderão sofrer com a privatização de Furnas. O ex-ministro de Minas e Energia, Nelson José Hubner Moreira, estava presente e explicou que, mesmo nos Estados Unidos, 73% da produção hidrelétrica está nas mãos do setor público e que não faz sentido vender para o setor privado usinas antigas, já amortizadas, que produzem energia a um custo muito baixo, uma vez que não são necessários grandes investimentos para manutenção. Vender Furnas é andar na Contramão do Futuro”, frisou o deputado Emidinho Madeira, presidente da Frente Parlamentar Contra a Privatização de Furnas.
O alerta foi feito durante reunião realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta segunda-feira (7/5/18), pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei (PL) federal 9.463/18, que permite a privatização da Eletrobras.
Participaram do evento parlamentares federais e estaduais que se opõem à privatização, especialistas do setor, sindicalistas e representantes de movimentos sociais. Os parlamentares alertaram que, mesmo nos Estados Unidos, país que é símbolo do capitalismo mundial, o setor de energia hidrelétrica permanece sob controle do Estado, uma vez que a energia é um bem essencial para a vida moderna e estratégico para o desenvolvimento de qualquer nação.
O preço mínimo que foi divulgado para a privatização da Eletrobras, de R$ 12 bilhões, lança também graves suspeitas sobre a questão, uma vez que a empresa tem R$ 170,5 bilhões em ativos. Essa questão chamou até mesmo a atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que em fevereiro deste ano começou a analisar a proposta de venda da estatal.

Números - Victor Costa, diretor da Associação dos Empregados de Furnas, apresentou números que retratam o tamanho do patrimônio representado pela Eletrobras que, segundo ele, é a 16ª maior empresa de energia do mundo. Ela detém 31% da capacidade de geração do Brasil: 47 gigawatts instalados em 239 usinas; 47% do sistema de transmissão, com 70,2 mil quilômetros de linhas; e uma rede de distribuição de 258 mil quilômetros, atendendo 4,3 milhões de clientes.

ascom