Comissão Especial da
Câmara Federal se reuniu na ALMG
“No encontro que participamos no dia 07/05, na Assembleia
de Minas, proposto pela “Comissão Especial da Câmara Federal que analisa a
privatização da empresa, ficou mais do que claro que o Brasil se prepara para
vender uma das cinco maiores geradoras hidrelétricas do mundo, em capacidade
instalada. O preço é muito menor que seu patrimônio e o negócio poderá
encarecer muito as contas de energia elétrica da população e também das
empresas, sem falar dos problemas que os pescadores, produtores rurais,
comerciantes e empresários do turismo do entorno do Lago de Furnas poderão
sofrer com a privatização de Furnas. O ex-ministro de Minas e Energia, Nelson
José Hubner Moreira, estava presente e explicou que, mesmo nos Estados Unidos,
73% da produção hidrelétrica está nas mãos do setor público e que não faz
sentido vender para o setor privado usinas antigas, já amortizadas, que
produzem energia a um custo muito baixo, uma vez que não são necessários
grandes investimentos para manutenção. Vender Furnas é andar na Contramão do
Futuro”, frisou o deputado Emidinho Madeira, presidente da Frente Parlamentar
Contra a Privatização de Furnas.
O alerta foi feito durante reunião realizada na Assembleia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG), nesta segunda-feira (7/5/18), pela Comissão Especial da Câmara
dos Deputados que analisa o Projeto de Lei
(PL) federal 9.463/18, que
permite a privatização da Eletrobras. Participaram do evento parlamentares federais e estaduais que se opõem à
privatização, especialistas do setor, sindicalistas e representantes de
movimentos sociais. Os parlamentares alertaram que, mesmo nos Estados Unidos,
país que é símbolo do capitalismo mundial, o setor de energia hidrelétrica
permanece sob controle do Estado, uma vez que a energia é um bem essencial para
a vida moderna e estratégico para o desenvolvimento de qualquer nação.
O preço mínimo que foi divulgado para a privatização da Eletrobras, de R$ 12
bilhões, lança também graves suspeitas sobre a questão, uma vez que a empresa tem R$
170,5 bilhões em ativos. Essa questão chamou até mesmo a
atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que em fevereiro deste ano
começou a analisar a proposta de venda da estatal.
Números - Victor Costa, diretor da Associação dos Empregados de Furnas,
apresentou números que retratam o tamanho do patrimônio representado pela
Eletrobras que, segundo ele, é a 16ª maior empresa de energia do mundo. Ela
detém 31% da capacidade de geração do Brasil: 47 gigawatts instalados em 239
usinas; 47% do sistema de transmissão, com 70,2 mil quilômetros de linhas; e
uma rede de distribuição de 258 mil quilômetros, atendendo 4,3 milhões de
clientes.
ascom