Publicado em 27/11/2019 - politica - Da Redação
O líder do Democratas no Senado,
Rodrigo Pacheco, voltou a se posicionar contra a proposta de emenda à Constituição
(PEC) do Pacto Federativo, propondo a extinção de municípios brasileiros com
menos de cinco mil habitantes e que não conseguem arrecadar sozinhos 10% de sua
renda total. Na terça-feira (26), para prefeitos, parlamentares e lideranças
reunidos pela Associação Mineira de Municípios (AMM), na capital mineira, o
senador classificou a medida como “descabida e desnecessária” e garantiu que
unirá todos os esforços no Congresso Nacional para que a PEC não avance. Caso
seja aprovada, a proposta poderá extinguir 231 das 853 cidades mineiras. 
“Desde o primeiro momento do anúncio desta medida eu me coloquei absolutamente
contra essa iniciativa, que eu considero realmente descabida e desnecessária.
Os municípios já existem. As pessoas que vivem nesses lugares já têm seu
sentimento de pertencimento, de adesão àquela comunidade e de orgulho da sua própria
cidade”, frisou o parlamentar. 
Segundo Rodrigo Pacheco, o
momento é de o Brasil unir forças e trabalhar por soluções que estabeleçam o
equilíbrio fiscal e criar condições para que as prefeituras se desenvolvam com
autonomia e sustentabilidade. “Eu costumo dizer que ‘o filho já nasceu’ e é
preciso criar esse filho da melhor maneira possível. É dessa forma que iremos
agir: construindo uma política de fortalecimento dos municípios, revisando o
Pacto Federativo, tomando providências, como tomamos recentemente nas propostas
da cessão onerosa e da que destina emendas parlamentares diretamente aos municípios,
sem passar pela Caixa Econômica Federal, que eu fui relator no Senado. É para
isso que precisamos destinar nossos esforços”, disse o líder do Democratas. 
A PEC do Pacto Federativo tem recebido fortes críticas das associações que
representam os municípios e que estão envolvidas na discussão da redistribuição
de recursos por parte da União. Hoje, 1.254 municípios brasileiros atendem às
condições estabelecidas pela PEC e podem ser extintos. Minas Gerais e Rio Grande
do Sul são os estados com a maior quantidade de pequenas cidades no país: 231
cada.  Pela PEC apresentada, a incorporação
dos municípios valeria a partir de 2026 e caberia a uma lei complementar, a ser
aprovada até esta data, definir qual município vizinho absorveria a prefeitura
deficitária.