Ninguém bateu panelas ou saiu às ruas com a camisa da CBF para protestar.
Nenhum militar, de pijama ou da ativa, manifestou-se contra a impunidade.
Nenhum procurador da Lava Jato foi ao Twitter, ameaçar com jejum. A TV Globo
limitou-se a uma nota protocolar no Jornal Nacional.
Aécio é aquele que quebrou Minas Gerais, depois não aceitou perder a eleição
para presidente e promoveu um golpe para “sacanear o PT”. Mais tarde, acabou
pego com a boca na botija, pedindo propina e ameaçando matar o primo antes que
ele delatasse. Praticou crimes gravados em áudio e vídeo.
Ontem, 3 de abril, as camisas da CBF voltaram às ruas pedindo a prisão de Lula.
Eram poucas pessoas, mas voltaram a bater panelas! O comandante do Exército foi
às redes sociais para chantagear o Supremo. O chefe da Lava Jato ameaçou com
uma dieta alimentar. E, a TV Globo fez o que é da sua natureza: passou horas
conspirando pela prisão do ex-presidente.
Lula é aquele que deixou a presidência com 87% de aprovação, o mais popular da
história. Aquele que retirou 40 milhões de brasileiros da miséria. Outros
tantos milhões deixaram a pobreza. Aquele que criou mais universidades do que
todos os outros presidentes juntos. Aquele que deixou o cargo com a economia
bombando em crescimento de 7%.
Lula é também aquele que teve a vida devassada como nunca antes neste país. Os
quatro anos de investigação resultaram em zero prova. Não há um contratinho
assinado, uma gravaçãozinha pedindo propina. Sequer uma continha em algum
paraíso fiscal no exterior. Nada.
Aécio nasceu rico, é de família tradicional e defende o sistema.
Lula nasceu pobre, é nordestino, foi operário e é de esquerda.
Em apenas 175 dias, o Brasil mostrou por que é Brasil.
Hoje, o STF está diante de um dilema: ou cede às chantagens e edita um novo AI
5, prendendo Lula, ou faz Justiça respeitando a Constituição e concedendo o
habeas corpus ao povo pobre e trabalhador do Brasil.
Por
Rogério Correia,