Publicado em 17/04/2018 - politica - Da Redação
Com o apoio do Governo de Minas
Gerais, por meio da Emater-MG, agricultores familiares utilizam equipamentos de
ponta e plataformas online para ampliar vendas
A
utilização de equipamentos de precisão que permitem poupar insumos e reduzir
impactos no meio ambiente não é mais privilégio dos grandes produtores. A
tecnologia digital tem impulsionado o agronegócio em Minas Gerais, melhorando a
qualidade dos produtos, aumentando a competitividade e elevando a renda no
campo.
O Governo de Minas Gerais tem estimulado
este movimento no meio rural e ampliado a utilização da tecnologia de
ponta nas empresas e autarquias relacionadas à assitência, pesquisa e
fiscalização do agronegócio no estado.
Exemplo
disso é o Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA), que deu início, em
março, à certificação das Granjas Reprodutoras de Suídeos Certificados
(GRSCs) com a utilização de tecnologia em dispositivo móvel, desenvolvida pelo
próprio Instituto. Até então, o trabalho de campo para essa certificação era
feito em formulários impressos.
Minas
possui o quarto maior rebanho nacional de suínos, com cerca de 5,1 milhões de
animais e o terceiro maior rebanho de matrizes fêmeas em reprodução, com
308.854 animais. No estado, há 29 dessas granjas que abrigam cerca de 39
mil reprodutores de suídeos certificados.
O
uso da nova tecnologia trará transparência e agilidade ao processo de
supervisão para a certificação das 29 GRSCs. De acordo com o assessor da
Diretoria Técnica do IMA, Bruno de Melo, o uso do dispositivo móvel
padroniza as atividades, facilitando o trabalho dos fiscais no campo.
O
diretor-geral do IMA, Marcílio Magalhães, ressalta que o instituto vem
investindo em novas tecnologias para o aprimoramento das ações desenvolvidas
pela autarquia.
“Lançamos
o Portal do Produtor no qual os próprios pecuaristas e agricultores podem
emitir pela internet, por meio de senha pessoal, documentos que anteriormente
somente eram obtidos presencialmente junto ao IMA", observa o
diretor-geral.
Pesquisas
científicas
“Hoje,
a maioria dos pequenos produtores compreende a necessidade, o valor e a
velocidade das informações no mundo atual. O uso de smartphones, tablets,
notebooks se tornou comum nas regiões rurais”, afirma o gerente da
Divisão de Inovação e Tecnologia Ambiental (Diati) da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), João Carlos Guimarães.
Segundo
Guimarães, recentemente, a Emater-MG adquiriu dois VANTs, um tipo de drone
utilizado para a realização de pesquisas científicas e experimentos, diferente
dos modelos mais conhecidos, destinados ao lazer.
“O
objetivo inicial é fazer o mapeamento do parque cafeeiro do estado.
Posteriormente, a ferramenta será disponibilizada para auxiliar os produtores
rurais familiares por meio da assistência técnica”, explica o gerente.
Agricultura
familiar
Nas
pequenas lavouras de café, a utilização de equipamentos de ponta e da
tecnologia digital tem contribuído para a obtenção de grãos com maior valor
agregado, o que tem atraído compradores de outros países.
É o
caso do produtor de café Ademilson Noiman Borges, de São Gonçalo do Sapucaí, no
Território Sul.
Ele
conta que, em 2008, quando passou a administrar a propriedade rural da família,
sentiu a necessidade de modernizar os processos para elevar a produção.
“Queria
aumentar a competitividade do café porque os compradores internacionais
chegam a pagar até cinco vezes mais pelo produto em relação ao preço praticado
no mercado interno”, destaca Borges.
Para
isso, ele informatizou toda a parte administrativa e adquiriu equipamentos de
última geração para usar na lavoura. “Comprei um medidor de umidade para selecionar
os melhores grãos e foquei no segmento cafés especiais. Ao mesmo tempo, passei
a usar uma plataforma virtual que me permite negociar diretamente com
torrefadores de café de todo o mundo”, acrescenta.
O
investimento valeu a pena. “Em dez anos, consegui elevar a produção anual de 70
para 370 sacas. Cerca de 60% vão para o mercado externo. Neste ano, pretendo
chegar a 740 sacas. Quero construir uma estufa para facilitar a colheita
seletiva e obter grãos ainda melhores”, afirma o produtor, que tem buscado
conscientizar outros agricultores da região quanto à importância de se aderir
às novas tecnologias.
Redes
sociais
Em
1993, o pai do produtor rural, Alessandro Alves Hervaz, trocou a produção de
leite no interior de São Paulo para investir na lavoura de café, em São Gonçalo
do Sapucaí. “Naquela época, a internet era pouco difundida e a comunicação via
celular era difícil”, conta.
“Buscamos
o apoio da Emater-MG para conhecer melhor a atividade. Depois, começamos a
investir em tecnologia e, com a melhoria do acesso à internet, as coisas
ficaram mais fáceis. Atualmente, as redes sociais são um canal importante para
vender nosso café para outros países”, frisa Hervaz. “Hoje, se o pequeno
produtor falar inglês e tiver acesso à internet, ele consegue competir com
qualquer grande fazenda”, salienta.
Sucessão
familiar
De
acordo com João Carlos Guimarães, a utilização da tecnologia digital também tem
contribuído para o aumento dos índices de sucessão no campo.“Com a melhoria da
renda, os jovens, que têm mais intimidade com a tecnologia, querem permanecer
na atividade rural”, assegura.
Plataformas
online
O
acesso a informações via plataformas móbile digitais tem auxiliado na gestão
dos empreendimentos em tempo real, além de oferecer serviços ligados à
automação dos processos produtivos.
Segundo
Guimarães, atualmente, a Emater-MG possui um sistema on-line de fertilidade do
solo. Trata-se de um software que auxilia os extensionistas a orientar os
agricultores familiares. A ferramenta ainda gera um banco de dados com
informações sobre a fertilidade do solo do território mineiro.
Outro
serviço oferecido pela empresa é uma plataforma on-line que permite consultar o
preço recebido pelo produtor. “Também temos o Informativo Conjuntural, que é um
boletim mensal com análises de comportamento da produção e de mercado de alguns
produtos agropecuários, como algodão, banana, café, milho, soja, tomate, boi
gordo, frango e ovos, leite, peixe e suíno”, destaca o gerente do Diati.
Termo
de cooperação técnica
No
último mês de dezembro, a Emater-MG assinou um termo de cooperação com a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Informática) para
transferência e customização de sistemas de informação desenvolvidos pela
estatal federal para a empresa pública mineira.
Por meio do convênio, a Emater-MG terá acesso a tecnologias digitais da Embrapa a fim de facilitar a disseminação de informações resultantes de pesquisa para os agricultores e produtores. Entre os aplicativos que serão disponibilizados estão o WebAgritec, Agritempo, Sisla, SatVeg, Planeja e o Web Ambiente.
SEGOV