Publicado em 06/04/2021 - ponto-de-vista - Da Redação
A minha é
Jacuí e eu a reverencio com uma das estrofes de seu Hino: “Jacuí não se
expandiu em vão/ Acolhe os forasteiros e os daqui naturais./ Entre morros,
ruínas, montanhas/ E rios São Pedro, Santana, São João”. Ou na Canção do Exílio
do poeta e advogado Antônio Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras/ Onde
canta o sabiá/ As aves, que aqui gorjeiam/ Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem
mais estrelas/ Nossa várzea tem mais flores/ Nosso bosque tem mais vida/ Nossa
vida mais amores”. Gosto da minha cidade como ela foi, como ela é e como será
amanhã. Apesar de ser outro dia, de recomeçar e deixar acontecer, amanhã, será
um lindo dia/ Da mais louca alegria (de viver aqui) / Que possa imaginar (dias
melhores) / Amanhã redobrada a força? Pra cima que não cessa/ Há de vingar.
Amanhã Jacuí, como nos versos do cantor e compositor Guilherme Arantes. Tenho
duas cidades para cantá-las em versos: Nasci no município de Jacuí, o antigo
Arraial Novo falado, hoje cidade Fortaleza de Minas e fui criado aqui, dei umas
voltas, venci e retornei no meu ontem, hoje e amanhã, Jacuí. No sudoeste
mineiro, próxima das divisas Paulistas, não sofre a influência interestadual.
Não sei por qual razão essa cidade me faz lembrar a música de Vinícius de
Morais... Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Cidade
pacata, com características peculiares, de grande importância regional pelo seu
clima, seu artesanato, seu agronegócio e seu histórico bicentenário. Hoje prima
pelo não ter (já teve): residências fixas do Juiz de Direito; do Promotor de
Justiça; do Delegado de Polícia. Tivemos num passado não muito longínquo a
presença da família das autoridades convivendo com nossos filhos e cidadãos,
havia respeito mútuo e por isso reconhecemos o quanto é distante a teoria da
prática. Segundo o Jornalista Dídimo Paiva, o que vale é ter a Justiça ao lado
do povo, a qualquer hora, de segunda a domingo, convivendo com os conflitos de
interesses entre pessoas e bens da vida tais como a liberdade, o patrimônio, a
honra e a segurança pública. Quiçá, Voltaremos à época que aquelas autoridades
caminhavam pelos logradouros públicos, e eram reconhecidas e sentíamos seguros
com suas presenças. A modernidade avançou, para melhor, lógico, mas Jacuí
encolheu, mas continua uma cidade com muita história e precisa ser preservada.
Fernando de
Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG –
e-mail: fmjor31@gmail.com