Publicado em 12/02/2019 - ponto-de-vista - Da Redação
Minas Gerais é uma das 27
unidades federativas do Brasil, sendo o quarto estado com a maior área
territorial e o segundo em quantidade de habitantes. Está localizado na Região
Sudeste do país. Sua área é de 586.528 Km² e sua população é superior a 20 milhões.
Parece aula de Geografia? Só faltou dizer que sua capital é Belo Horizonte,
diria o leitor. Nada disso. E então? A intenção é demonstrar o quanto Minas
está chorando. E não chora de alegria. Chora muito pela incapacidade e
incompetência das autoridades governamentais no trato da coisa pública deste
extenso Estado. Minas chora pela área da educação, pela falta de respeito para
com os servidores públicos, tanto da ativa como dos aposentados, com o
escalonamento do pagamento integral mensal; Minas chora pelas Prefeituras
Municipais, que não recebem os repasses devidos, pasmem, mineiros, a
arrecadação de ICMS e IPVA dos municípios passam primeiramente para uma conta
do Estado, que, por sua vez, deveria devolver às Prefeituras, e não o fazem,
isso graças a uma lei criada no (des)governo de Fernando Pimentel; Minas chora
ao saber que 1,7 milhão de pessoas vivem sob ameaça de rompimento de barragens,
segundo um relatório da ANM (Associação Nacional de Mineração), o qual mostra
que esta população mora em cidades mineiras que comportam, ao menos, uma
barragem de rejeito, classificada como de alto risco, ou de alto dano potencial
associado. Especialistas confirmam que isto faz com que essas pessoas vivam em
constante ameaça de ser vitimizadas direta ou indiretamente por tragédias como
a de BRUMADINHO – a qual era considerada de baixo risco!!! – e a de MARIANA.
Minas chora por BARÃO DE COCAIS, a 100 km de Belo Horizonte; chora por
ITATIAUÇU, a 75 Km da capital; chora por RIO ACIMA, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte; e mais: das 369 barragens de mineração existentes em Minas
Gerais, 132 estão nestas condições. E por isto, Minas chora. E chora pelo Rio
das Velhas. Pelo Rio São Francisco. Pelo Rio Paraopeba. Pelo Rio Doce. Pelo Rio
Piracicaba e pelo Rio Manso. Minas chora pelo desleixo. E Minas chora por todas
as vítimas, que não são poucas! Ou aprendemos a respeitar as leis, a exigir
fiscalização, a ter seriedade, a exercer a cidadania, ou seremos sempre vítimas
de um poder público que há muito virou as costas para a população. Minas chora.
Chora muito. E muito. Por que as mudanças? Essas, só daqui a “200 anos”! Se
acontecerem.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com