Publicado em 06/03/2019 - ponto-de-vista - Da Redação
Corre
Minas, corre vida, corre “Rio”. E corre duzentos e cinquenta quilômetros afora.
Desce, polui e “estraga” tudo que encontra pela frente. Quem te viu, “Rio”
Pa-ra-o-pe-ba, de águas claras, límpidas, de rio Doce... Águas para o uso e
abastecimento de enorme região. Vai descendo agora sem a magia de um rio
saudável. Desce, Paraopeba, com a lama de Brumadinho da “Vale”, após o
rompimento da barragem da Mina do Feijão. Desce, “Rio”, vai correndo com aquela
cor triste de impossível identificação, feia, barrenta e irresponsável, sem ter
dó de nada. Desce, Paraopeba, e passa sob a Ponte Ferroviária. Era uma vez uma
atração turística... Desce mais, atinge Santana do Paraopeba, encontra com a
Captação da COPASA e Belo Vale, Itaguara, Crucilândia, também Piedade dos
Gerais, Conceição do Rio Acima, Bituri e Caetano Lopes, ainda mais São Brás do
Suaçuí e Entre Rios de Minas, Sarzedo e Ibirité... Coitada da Cachoeira do
Choro em Felixlândia! Entre outras que não vivem em pleno sossego – nunca mais
– como Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Juatuba e Florestal. “Para
Minas, o minério; para as Gerais, o Rejeito”. Vai descendo, Paraopeba, deságua
na Represa de Três Marias no Rio São Francisco. A Represa comporta tudo isso?
Adeus Represa Três Rios e Velho Chico, por um bom tempo. Vamos ver até onde vai
o mar de lama... Meu Deus, é muito para muitos! Tristeza! Vergonha deste país
onde os poderosos enriquecem cometendo crimes. E nunca muda! Quanto à CVRD,
está mais suja do que seus próprios dejetos.
Fernando
de Miranda Jorge - Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG
– e-mail: fmjor31@gmail.com