Publicado em 07/01/2019 - ponto-de-vista - Da Redação
Ia
escrever sobre os cinquenta, mas como demorei muito, cinquenta já não me
pertence mais. O tempo passou. E rápido. Melhor, vamos de depois dos setenta.
Claro que será muito mais interessante para mim, pois será que meus
compromissos agendados foram pelo menos perseguidos? Qual nada! O tempo passou
e de lá para cá, dos cinquenta para os setenta, muita coisa passou em brancas
nuvens, fora da agenda. Venci tabus, desviei da rota, saí da curva, quebrei
paradigmas, sobrevivi. Quebrar paradigmas é sempre um desafio. Independente do
que seja, eu gosto de desafios. Todavia, depois dos setenta, quantos desafios -
De um lado, o convencional, o pensamento linear, direto sem rodeios, com o qual
o mercado já está acostumado – e do outro, o espírito criativo, a inovação, a
mudança de comportamento: o famoso “pensar fora da caixa”, supondo significar
pensar de forma criativa, livre e fora do caminho comum. É impressionante.
Quanto mais passo dos setenta, mais enfrento desafios, mais crio e mais quero
inovar. Para quê? Talvez para desafiar o tempo, a idade e aceitar a modernidade
dos novos tempos que virá a cada instante. E, como o novo não tem dono, posso
me apropriar dele, por que não? Com isso, vou tocando flauta, assoviando e
cantando ao mesmo tempo. Até onde? Não sei. Mas do jeito que dá. Julgo que o
termo “paradigma” cai bem no desafio ‘depois dos setenta’, quer ver: é um conceito
das ciências da teoria do conhecimento, que define um exemplo típico, ou modelo
de algo. É a representação de um padrão a ser seguido. É o que quero, é o que
procuro fazer depois dos setenta, dos oitenta, dos noventa... Está bom para
você? Para mim, assim está bem.
Fernando
de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG
– e-mail: fmjor31@gmail.com