Publicado em 03/03/2021 - ponto-de-vista - Da Redação
Eu
sou apenas mais um a lutar contra o improvável axioma “dias melhores para
sempre”. Mesmo sendo um ‘bicho’ arredio a muitas coisas, aprendi que conviver é
ótimo, mesmo com quem ‘não bate com seu santo’. Um relógio não marca a vida.
Quando muito ele divide o tempo em horas, minutos, segundos, décimos. Dá para
lembrar Camões: “Mudam os tempos/ mudam-se as vontades/ muda-se o ser/
muda-se a confiança, porque tudo nesta vida é composto de mudança/ tornando
sempre novas avaliações”. Aqui para nós, tudo vale: que foi bom viver em
outros tempos, o que fiz é nada diante do que poderia, sempre há o que fazer,
mais... E como ser feliz nesses tempos sombrios? A felicidade em tempos
difíceis, como o atual, exige que o homem não pense só individualmente, mas na
coletividade. Buscar a vida, que perdemos vivendo, nos torna mais vivos do que
nunca, visto que podemos selecionar os tempos bons e esquecer os ruins. Nestes
dias difíceis, que não serão para sempre, aprendemos essa coisa complicada de
entender, ou seja, renascer é mais belo que viver, simplesmente. Ainda que
demore um pouco mais, dias melhores virão. É por causa dos dias ruins que os
bons chegam. Melhor ficar com os compositores Tom Jobim, Vinícius de Moraes e
André Salvet: “A felicidade é como a pluma. Que o vento vai levando pelo ar.
Voa tão leve. Mas tem a vida breve. Precisa que haja vento sem parar”.
Fernando
de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG
– e-mail: fmjor31@gmail.com