Publicado em 06/03/2018 - ponto-de-vista - Da Redação
Eu sei que tudo é possível, desde que haja
um início. E este iniciar ou reiniciar, como queira, torna-se necessário o
“olhar”. Olho no olho! Quão difícil é isto! Cara a cara, de frente! O olhar é
muito forte na verdade das coisas. Basta um olhar fixo para o outro se colocar
no seu lugar. Antigamente, ora – era assim a educação dos pais para com os seus
filhos. Imaginem se assim fosse aplicado nos dias atuais. Seria mortal. E nós
entendíamos o que nossos pais queriam dizer: o que poderíamos ou não fazer. Eu
fui criado assim. Um simples olhar bastava para o corretivo, sem nenhuma
palavra, nem gritaria e muito menos pancadaria. Quanta diferença, meu Deus!
Como muda o mundo! E as pessoas também! A educação era severa, mas com atitude
firme dos pais e educadores. Havia respeito mútuo, e estamos entendidos.
Estávamos todos em sintonia: pensávamos em fazer algo, principalmente em
visitas nas casas de amigos e parentes, de pronto o encontro dos olhares... Até
para aceitar alguma coisa dos outros, primeiro o crivo do olhar. Era o
bastante. Hoje: olha aqui, preste atenção, veja bem, quantas vezes tenho de
falar e você não me escuta. Sei e não preciso explicar muito. E eu só sei, só
conheço simplesmente com o seu olhar. Enfim, vejam como o olhar é importante:
os namoros ou flertes, em Jacuí, começavam com olhares... Na Praça Presidente
Vargas, os rapazes andavam no sentido anti-horário e as moças no sentido
horário, o que gerava a oportunidade de olhar duas vezes um no outro. Por isso,
apressávamos o passo para que o reencontro da volta chegasse rápido. Simpático,
não é?
Fernando de Miranda Jorge - Acadêmico Correspondente da APC / Jacuí/MG – fmjor31@gmail.com