Publicado em 30/01/2018 - ponto-de-vista - Da Redação
O
Festival Internacional da Canção Popular – F.I.C.P. – foi um concurso de
músicas nacionais e estrangeiras, realizado anualmente no ginásio do
Maracanãzinho, na cidade do Rio de Janeiro, entre 1966 a 1972. Logo, sete
festivais. Compreendiam duas fases: a nacional, para escolher a melhor canção
brasileira, e a internacional, para eleger a melhor canção de todos os países
participantes. A edição de 1968 entrou para a história da MPB pelo foco de
protesto ao regime militar por corajosos brasileiros e brasileiras, tanto nas
canções, como na reação do público. Houve enfrentamentos: “pode bater, mas
escuta”! O povo reagia... Quiçá outros festivais alentarão o público tão ativo
das redes sociais, a protestar de fato contra tudo o que aí está na sociedade
brasileira? Chega! Memória, ainda bem que existe, para exibir em qualquer
época, tantas coisas boas que existem, passadas neste país. Músicas
fantásticas. Composições antológicas, debaixo de grande pressão da “ditadura”.
Grandes talentos surgiram e resistiram à triste época e avultaram mais tarde.
Você acha que eu sou doido a ponto de citar individualmente alguma canção
manifestada, oriunda dos festivais?! São todas memoráveis, do mais elevado
nível, até hoje lembradas após 52 anos... Bem diferentes das produções hodiernas,
de curta memória e sem qualidade, composições momentâneas. Os festivais eram
concorridos, competitivos por feras, tanto na letra, como na música. Pela volta
dos Festivais! Que venha o F.I.C.P., mas que venha no nível de ”Pra Não Dizer
Que não Falei das Flores” (Geraldo Vandré). O Brasil precisa de algo semelhante
para deslanchar mudanças. Não é saudade. É história. Para quem assistiu à época
como eu, pode até ser saudade também!
Fernando de Miranda Jorge - Acadêmico Correspondente da APC / Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com