Um ano para não esquecer

Publicado em 31/12/2020 - raul-dias-filho - Da Redação

Um ano para não esquecer

2020 vai embora sem deixar saudades. Mas não será esquecido. Ficará marcado na história como o ano em que, de repente, nossas vidas foram paralisadas. De uma hora para outra, a aflição e o medo tomaram conta de todos nós. E o isolamento passou a ser o único remédio confiável contra uma doença altamente transmissível e letal. Interessante, né, como num piscar de olhos nossas vidas, interesses, planos, sonhos, tudo muda ao sabor de um acontecimento imprevisto que nos atinge tão duramente. Me lembro que a expectativa em relação a 2020 era das melhores. Sabe quando você pensa “esse ano vai passar voando”? Porque 2020 tinha um calendário cheio de eventos. Além de NOVE feriados prolongados, tínhamos, ou teríamos, o Carnaval em fevereiro, campeonatos empolgantes de futebol, as Olimpíadas em junho e eleições em outubro. E tudo começou como se esperava. O carnaval foi animado, o Flamengo ganhou três taças em dois meses e o mundo girava como sempre girou. Até que as notícias sobre uma doença contagiosa na China começaram a ganhar espaço nos jornais. As imagens eram perturbadoras mas parecia tudo tão distante para nós. Só que no mundo globalizado de hoje não existem mais grandes distâncias. O vírus viajou de primeira classe, desembarcou no Brasil e transformou 2020 no ano em que vivemos em perigo constante. Os sonhos e expectativas foram substituídos pelo medo, pela aflição, pelo isolamento. E nossas vidas viraram de ponta cabeça. O ‘home office’ se tornou palavra comum, as máscaras cobriram os sorrisos, os alunos não foram à escola, as Olimpíadas não aconteceram, o Flamengo não ganhou tudo que podia ganhar, as eleições foram adiadas, as UTIs ficaram lotadas, as pessoas começaram a morrer, os médicos(as) e enfermeiros(as) se transformaram em combatentes heroicos e solitários, os políticos ignoraram o perigo iminente (alguns até fizeram piadas da pandemia) e o ano caminhou lentamente para o que estamos vendo agora: um desfecho melancólico, onde os abraços devem ser evitados. E termina aqui o porre de melancolia que a coluna despejou até agora. Sabe porquê? Porque tenho a mais absoluta certeza que o ano que começa agora será incrivelmente melhor para todos nós. A vacina vai chegar e, com ela, nossas vidas voltarão ao normal. Poderemos ver e abraçar as pessoas que amamos sem hesitações, sem receios, sem medo de ser feliz. Não quero nem saber como é o calendário de eventos de 2021. Porque só um evento me interessa e, embora ainda não tenha data marcada, sei que vai acontecer: o momento em que levantarei a manga da camisa para receber a picada da vacina. É com essa sensação, de esperança, que todos devemos começar o ano. É ela, junto com a fé, que nos transmite alento, conforto e nos dá a tranquilidade necessária para enfrentar os desafios que nos esperam. A palavra é essa: ESPERANÇA. E, acredite, ela está logo ali.  

Que em 2021 você e sua família tenham saúde, paz e muito, muito amor no coração. Obrigado pela companhia ao longo do ano. 

Por hoje é isso. Semana que vem tem mais. Até lá.  

 Raul Dias Filho - O autor é jornalista e repórter especial da Record TV  E-mail: rauldiasfilho@hotmail.com