Publicado em 28/03/2018 - saude - Da Redação
Recurso foi aprovado diante da dificuldade
das prefeituras em custear as ações de saúde. Medida Provisória com o
incremento no orçamento será publicada na quarta-feira (28)
O Governo Federal vai destinar R$ 1
bilhão para garantir o financiamento das ações e serviços públicos de saúde
para todos os municípios brasileiros e o Distrito Federal. A medida é uma
resposta as dificuldades financeiras emergenciais que as cidades estão tendo
para garantir o acesso à saúde pública a população. O recurso vai custear ações
na atenção básica, média e alta complexidade, assistência farmacêutica,
vigilância em saúde e gestão do SUS. O recurso será repassado via Fundo
Nacional da Saúde.
“Esse recurso é destinado aos municípios para investirem na
assistência. Os gestores terão autonomia para definir onde será aplicado.
Estamos flexibilizando todas as regras para que os municípios tenham o poder de
decisão, formulando uma política que dialoga com o município. Nós liberamos o
recurso, mas cabe ao gestor definir a aplicação de acordo com sua necessidade
local. A questão da simplificação da desburocratização do custeio que está
funcionando muito bem. Então a simplificação e empoderamento dos municípios é
fundamental”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A ação está prevista na Medida Provisória nº 815, que dispõe sobre
a prestação de apoio financeiro pela União aos entes federativos que recebem o
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2018. O recurso total previsto na
MP deve ser destinado preferencialmente nas áreas da saúde e educação.
Cada município deve prestar contas sobre a aplicação dos recursos
relativos ao apoio financeiro por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG). A
Portaria entra em vigor na data da sua publicação e o repasse do apoio fica
condicionado à prévia disponibilidade orçamentária e financeira.
“Nós fizemos uma gestão muito austera. Economizamos R$ 5 bilhões e
reaplicamos tudo em mais serviços de saúde e mais acesso a população aos
medicamentos. O importante é que se conclua o plano de informatização. Por que
saberemos a partir dele o que acontece de fato na saúde das pessoas. Não
repetiremos mais exames, consultas e entrega de medicamentos e teremos o
controle biométrico do usuário com a segurança da sua informação de saúde e do
funcionário para a garantia da melhor aplicação dos recursos humanos do SUS”,
destacou o ministro Ricardo Barros.
A iniciativa visa fornecer toda a informatização das unidades,
desde equipamentos, dispositivos e conectividade até os serviços necessários de
implantação, treinamento, suporte e manutenção do Prontuário Eletrônico, por
meio das empresas credenciadas ao Programa de Informatização das Unidades
Básicas de Saúde (PIUBS). A meta é que todas as Unidades Básicas de Saúde,
porta de entrada do SUS e mais próximas da população, estejam informatizadas
até o fim de 2018.
O projeto de informatização contará com investimento inicial do
Ministério da Saúde de R$ 1,5 bilhão por ano e chegará a R$ 3,4 bilhões anuais
em 2019. Atualmente, existem 42,8 mil UBS em funcionamento no país. Destas,
18.865 já utilizam prontuário eletrônico. Com isso, 43 milhões de brasileiros
já têm seus dados registrados digitalmente por meio de Prontuário Eletrônico.
Pelo projeto, todas as unidades poderão ser contempladas, inclusive com apoio
de custeio para a manutenção dos serviços digitais já oferecidos. As unidades
básicas oferecem vários tipos de atendimento em saúde, como curativos, vacinas,
consultas médicas e de odontologia.
Para garantir o custeio de serviços em todo o país, o Ministério
da Saúde passa agora a financiar as Equipes de Atenção Básica que já atuavam
nos municípios, mas não recebiam contrapartida federal. Cerca de 10.400 equipes
vão receber incentivo equivalente a 30% de uma equipe de Saúde da Família
modalidade II, no valor de R$ 2.139.
A construção de Unidades Básicas de Saúde ganhou um novo modelo de
financiamento voltado, especificamente, para populações de pequeno porte que
vivem em municípios muito pequenos. Foi criado o Ponto de Atendimento, além das
Unidades Básicas de Saúde que já existiam. Esse ponto vai atender municípios
que tinham demanda por UBS menores e terá no mínimo 36m². Atualmente, a unidade
de menor porte tem 21 ambientes com o total de 277,32m². O Ponto de Atendimento
vai receber valores por metro quadrado iguais aos da UBS tipo I, que pode
variar de R$2.614 até R$2.702, conforme a região.
Será garantido uma margem de 40% às unidades credenciadas, ou
seja, de praticamente R$ 1 bilhão. Para o Ministério da Saúde, o reajuste
deve gerar uma economia de até R$ 800 milhões, que será integralmente revertido
em mais acesso aos serviços e produtos da saúde.
Além da nova medida, a pasta contratará um sistema de
monitoramento e antifraude para combater as irregularidades na execução do
Farmácia Popular. Segundo o estudo, fraudes podem representar cerca de 10% dos
custos, que hoje são de cerca de R$ 2,8 bilhões. Em 2016, das auditorias
realizadas pela DENASUS, cerca de 40% tiveram relação com o Programa e em
apenas uma farmácia não foi detectada irregularidade. Os processos indicaram
devolução de quase R$ 60 milhões aos cofres públicos devido às dispensações
impróprias de medicamentos.
INSULINA – Diferente dos outros
medicamentos, o total de repasse das insulinas será calculado pelo preço pago
atualmente pelo Ministério da Saúde nas compras públicas. O valor será de R$
10,50 adicionado 40% de margem de lucro para as drogarias e o ICMS do estado.
Atualmente as insulinas dispensadas pelo programa, que são as mesmas
distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde, tem valor 152% maior do que as
adquiridas de forma centralizada pela pasta. Com a medida, a economia para os
cofres públicos pode chegar a mais de R$ 100 milhões por ano, sendo que não
haverá ônus para o usuário.
Para participar, as entidades beneficentes devem ter experiência
na área de saúde indígena, bem como possuir Certificado de entidade Beneficente
de Assistência Social na área de saúde (CEBAS-Saúde). As instituições têm até o
dia 16 de abril para se cadastrarem no SICONV (Sistema de Gestão de Convênios e
Contratos de Repasse). Disponível em: http://portal.convenios.gov.br/. O último edital para contratação das entidades ocorreu em
2013.
Com a mudança, deve aumentar em 20% o espaço para conservar os
insumos, aprimorar o controle de prazos de validade e entregas, além de reduzir
custo, segundo aponta estudo feito pelo IPEA. O novo modelo garante ainda a
responsabilização da empresa desde a retirada do produto, nos portos ou
aeroportos, o transporte, a armazenagem até a entrega. Assim, responde pelos
desvios ou pelo mal acondicionamento do medicamento. Assim, será possível
tornar esses serviços mais eficazes e coordenar melhor os gastos, pois evita
valores adicionais além do previsto em contrato. A nova empresa de Logística
contratada pelo ministério deve iniciar as atividades ainda nesse primeiro
semestre.
Na época em que a portaria foi publicada, havia 340 UPAs 24h
prontas e sem funcionar em todo o Brasil. Desse total, 192 começaram a
funcionar e atender a população, tendo como base essa normativa de
flexibilização. Atualmente, são 148 unidades que estão prontas e sem funcionar,
mas que recebem todo apoio técnico do Ministério da Saúde para iniciar as
atividades. Além disso, nesta gestão, todas as solicitações de custeio federal
para funcionamento de UPAS 24h foram atendidas, o que resultou em 206 unidades
habilitadas ou qualificadas, beneficiando diretamente mais de 20 milhões de
pessoas em todo o Brasil.
Entre 2010 e 2017, houve um aumento de 45% nos serviços de
hemodiálise e diálise habilitados pelo SUS, passando de 488 para 707. Isso
impactou em um crescimento de 26% nos procedimentos realizados durante o
período, passando de 11.338.338 para 14.234.509. Houve ainda um reajuste no
valor dos procedimentos de hemodiálise, permitindo um incremento de R$ 208
milhões em apenas dois anos.
A estratégia tem objetivo de qualificar a prática da docência e
preceptoria, sobretudo, nos cursos de medicina a partir da Lei do programa Mais
Médicos. Os preceptores são responsáveis pela adequada formação dos jovens
médicos, orientando-os e ensinando-os práticas diárias.
Desde 2009, o Brasil tem dificuldade no abastecimento de
radioisótopos, utilizado em cerca de 80% dos procedimentos adotados pela
medicina nuclear. Isso se deve a paralisação do reator canadense que abastecia
todo o mercado brasileiro e 40% do mundo. Desde então, o país busca outros
fornecedores importados, já que cerca de 2 milhões de procedimentos médicos
utilizam os radiofármacos.