Boca de Cena estréia “Eles Não Usam Black-Tie”

O Grupo de Teatro Boca de Cena comemora em 2009 seus 10 anos de existência com a mais clássica e bela das peças teatrais brasileiras: “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri.
Foram 10 anos de sucesso para tornar o teatro tradição em Muzambinho e região. Hoje o grupo tem o conforto de se apresentar sempre para uma platéia lotada, e repleta de conhecedores do bom teatro. Uma platéia exigente, respeitosa e participativa. Foram 10 anos de luta para treinar bons atores, hoje profissionais, anos para aprender as técnicas do que é o fazer interpretativo. Foram 10 anos para chegar à excelência de um trabalho reconhecido e aplaudido.
O Boca de Cena tem muito a agradecer à melhor platéia do Brasil: a platéia muzambinhense. E agradece com ênfase aos que sempre acreditaram no talento dos nossos jovens artistas, freqüentando os espetáculos. Estes amigos que souberam que neste grupo há talentos e há peças que merecem ser vistas, comentadas e virar história. A história do Boca de Cena, repleta de emoções e batalhas.
O Boca de Cena agradece aos atores que já não fazem parte do grupo por morarem longe, atualmente. Agradece aos técnicos em luz e som, aos estilistas, aos cenógrafos, aos publicitários, à imprensa, aos patrocinadores e a todos que nos ajudaram nestes anos de criação.
“Eles Não Usam Black-Tie” é uma peça de muita emoção. Ela alterna comédia e drama com uma rapidez enorme e competente, como só os grande autores conseguem fazer. Num momento a platéia está morrendo de rir, noutro, alguns minutos depois, vai às lágrimas com a garra com que os personagens usam na sua necessária sobrevivência. Ri-se com as brincadeiras de Chiquinho e Terezinha, chora-se com a luta de Romana e Otávio; ri-se com o amor de Tião e Maria, chora-se com a tristeza do amor perdido de Juvêncio, o violeiro; ri-se com o jeitão caipira de João e Mauro, chora-se com as artimanhas tão realistas de Jesuíno; ri-se com a beleza, a leveza e a animação de Dalva, chora-se com a mesma Dalva encostada num fogão à lenha, triste e solitária; ri-se com uma família brasileira, mineira, muzambinhense, que transforma seu cotidiano em uma festa da vida, chora-se com esta família desestruturada pela força da falta de dinheiro; ri-se quando vê a luta de um povo unido em um ideal comum, chora-se com o egoísmo de outros, que pensam em si em primeiro lugar.
Guarnieri escreveu a mais clássica peça teatral brasileira para o povo brasileiro. Esta mesma peça que foi estrelada em 1958 por Lélia Abramo, Eugênio Kusnet e Milton Gonçalves; e que fez sucesso quando transformada em filme, com Fernanda Montenegro, o próprio Guarnieri e Beth Mendes. De universo cosmopolita, o diretor Fábio Anderson resolveu trazê-la para um universo mais conhecido, o interior mineiro. Os personagens originais, operários das indústrias, são transformados em bóias-frias. E estas alterações de ambiente e ocupação não alteram a essência do texto universal. Não haverá quem não se emocione com esta família que não usa Black-tie, isto é, que não veste roupa de luxo, que não freqüenta as grandes festas da sociedade, que é simples em seu viver, que é pobre, mas digna! E esta dignidade está estampada nesta montagem do Boca de Cena, que pretende agradar mais uma vez o maravilhoso público de nossa cidade.
Parabéns Boca de Cena. Parabéns público muzambinhense.


Contra-regras: Doni Costa, Zé Emídio, Cleide e Laís Evangelista, Camila Garcia, Célia Santos
Luz e som: Evandro Souza
APOIO CULTURAL: Casarão, Pernambucanas, Farmácia Americana, Mil Br, Minas Vídeo, Salto e Cia, Auto Escola Dias, Padaria Moderna, Oral Plus, Rubens Motos, A Folha Regional, Restaurante Cesário‘s, Contec, Foto Wilson, Casa Dini, O Boticário, Auto Escola Real , Eletricar, Focus Academia, Thaís Convites, On Line Lan House, Iolanda Martiniano, Sônia Casagrande, Famílias Lima e Poli, Prof. Ivan de Freitas, Wilsinho Lima, Ana R., Gisela (Itaú).
CENSURA 10 ANOS.