Publicado em 04/10/2019 - vitor-hugo - Da Redação
A cafeicultura, ao longo deste meio século de que temos consciência, passou e passa por muitas modificações ,algumas bem sucedidas ,outras nem tanto . Isto ocorre muitas vezes em função do imediatismo que não combina bem com empreendimentos de médio e longo prazo como é o caso da lavoura de café .Estamos vendo em nossas andanças ai pela região cafeeira onde trabalhamos, Carmo da Cachoeira que fica entre Varginha e Três Pontas, que o produtor foi surpreendido com a estabilização dos preços do café e também com o período de estiagem que já estão esbarrando nos primeiros tratos e adubações que chegam com o inicio das chuvas .Esta acontecendo uma sistematização na poda do cafeeiro logo após um ano de carga, optando pelo regime de safra zero ,muitas vezes ate influenciado pelos preços não satisfatórios . É exatamente ai que foca o nosso ponto de vista e tecemos este comentário no sentido de contribuir com a tomada de decisão do produtor a respeito da execução de podas .Acontece que uma lavoura que esta sofrendo o stress de um ano de alta produtividade , levando em conta que as progênies mais plantadas hoje deixam de lado o fator rusticidade , estão erradamente pendendo para produtividade, porte e resistência a ferrugem, mesmo expondo uma maior susceptibilidade à cercosporiose a nosso ver mais complexa que a primeira porque afeta não apenas as folhas mas também os grãos de café ,se bem que as duas são puramente nutricionais e portanto fisiológicas ...nem costumo dizer que são doenças ,são efeitos e não causas. Todos os sistemas de podas causam perdas de raízes em intensidades proporcionais ,por exemplo : numa poda drástica como a recepa foram constatadas morte de 80% das raízes três meses após sua execução ,uma poda como o esqueletamento também vai afetar substancialmente a relação parte aérea/sistema radicular uma vez que têm que estar equilibrados, também a relação C/N (carbono/nitrogênio). Portanto quando a poda é programada a lavoura esta preparada, certamente e ira responder satisfatoriamente o que não ira acontecer em caso de grande produção e alto stress, vale também lembramos que o cafeeiro é uma planta de crescimento continuo, não é uma caducifólia como o pessegueiro, a uva , a maçã que recolhem suas reservas minerais e explodem de flores na primavera .Fica aqui nossa opinião que a renovação da cafeicultura tem que buscar novos plantios ,variedades que satisfaçam os paladares da terceira onda com todos os seus requisitos , sabor achocolatado , caramelado, maturação mais uniforme, enxertia, clones e por ai se vai ! ...poda é remendo... e roupa remendada pode nos deixar na mão...!!!
( VITOR HUGO )