
A Cooparaiso contesta previsão de safra que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na sexta-feira passada, 8. Para a Conab, o ponto médio de sua previsão é de 47.274 mil sacas. De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, após um levantamento no setor, a safra deve ficar de 10% a 15% menor do que a colhida em 2008, que foi de 45.992. Isso significa que a colheita deste ano não deve ultrapassar 42 mil sacas, número que a Cooparaiso concorda.
Segundo o vice-presidente da Cooparaiso, José Fichina, as várias floradas ocorridas na lavoura vão trazer quebra de produção e de qualidade, pois a colheita trará café em diversas fases de maturação, prejudicando essa qualidade.
“Esses fatores trarão, consequentemente, uma safra muito menor daquele colhido em 2008, quando tivemos uma safra muito alta”, disse o vice-presidente, José Fichina.
A previsão para a área de abrangência da Cooparaiso é uma colheita em torno de 4.200 sacas. Isso se considerando o total da área atuação da Cooperativa, que é de 61 municípios, sendo 37 em Minas Gerais, sete em São Paulo e mais 17 no Espírito Santo.
Gilson Ximenes disse que o ano político vem influenciando as opiniões de órgão governamentais e que as divulgações têm supervalorizados os números agrícolas. “Esse cenário é irreal. Atualmente o mercado agrícola e, principalmente, de café está em baixa, com preços aviltantes pagos ao produtor, que vive em extrema dificuldade”, argumentou o presidente do CNC.
O gerente do departamento de Gestão do Agronegócio da Cooparaiso, Marcelo Almeida, disse que o volume de chuvas em 518 milímetros, ocorrido em dezembro, atrasou os tratos culturais e foi uma “porta aberta” para as doenças nos cafezais. “Além disso, as chuvas trouxeram a queda dos frutos, queda de qualidade, o que provocará uma safra menor, e não maior como acredita o governo”, finalizou o engenheiro agrônomo Marcelo Almeida.