
MUZAMBINHO - Na última semana, nossa reportagem esteve verificando “in loco” que a COOPALMÉIA – Cooperativa dos Pequenos Agricultores Familiares Rurais do bairro Palméia, é um projeto que caminha a passos largos. Uma Unidade de Processamento de Derivados da Cana-de-açúcar está sendo implantada há dois anos no Sítio São Domingos, às margens da BR 491.
O presidente Carlos Domingos dos Santos declarou que a cooperativa é um sonho que está se tornando realidade. As dificuldades estão sendo enfrentadas e vencidas.
A cooperativa é formada por um grupo fechado por 20 pequenos produtores do bairro Palméia. O objetivo principal é a produção de uma cachaça de qualidade, além do melado, rapadura e açúcar mascado. Por fim, a produção da mini-rapadura visa um contrato com a CONAB, para distribuição em escolas e entidades assistenciais.
A Coopalméia mantém parceria com a Fundação Banco do Brasil que disponibilizou recursos no valor de R$ 176 mil no início do projeto. O dinheiro foi aplicado na aquisição do equipamento (R$ 150 mil) e pagamento de consultoria (pouco mais de R$ 20 mil). Posteriormente, foram viabilizados mais R$ 14 mil para pagamento da implantação de um transformador de 45 KVAs. Também foram feitas parceiras com a Emater e Prefeitura Municipal de Muzambinho.
A diretoria passou então a buscar financiamento para a execução da obra de alvenaria necessária. Foi possível viabilizar cerca de R$ 7 mil para cada cooperado, totalizando R$ 133 mil. O prédio em construção consiste em caldeira, engenho, cachaça, agroindústria (melado, rapadura e açúcar mascado), corredor, dois vestiários e outras áreas administrativas. No local, foi realizado um serviço de terraplanagem através da administração municipal, através do ex-prefeito Marco Regis. Agora, contatos já estão sendo mantidos com o atual governo municipal para a continuidade da parceria.
A cooperativa contou com o apoio importante do deputado estadual Almir Paraca (PT). Destacou também a atuação do delegado do MDA na viabilização do financiamento, que viabilizou viagem da diretoria da cooperativa a Brasília/DF para encontro com Ministro.
Carlos Domingos revelou que o objetivo é concluir a obra até o final de maio. Com isso, possibilitando a produção na própria cooperativa no mês de junho. Um pouco de cachaça já foi produzida através da parceria com o empresário Eduardo Galante.
No final, o presidente relatou que a Coopalméia deverá se tornar um alambique modelo na região. Mais importante, sendo uma alternativa bastante interessante de geração de emprego e renda para o pequeno sitiante diante da monocultura do café.
DIVERSIFICAÇÃO É REALIDADE – O vereador e produtor rural Gilmar Martins Labanca é um dos associados da Coopalméia. Ele também destacou o empreendimento como uma oportunidade de diversificação de cultura. Lembrou a realização de um protesto de cafeicultores, comprovando que o setor cafeeiro vem enfrentando grandes dificuldades. Assim, a produção de cachaça busca uma oportunidade de suprir a deficiência do café. A expectativa é muito grande, havendo a confiança necessária e organização que possibilita o sucesso esperado.
Gilmar comentou ainda que a diversificação de culturas é uma realidade em Muzambinho. Citou o tanque de resfriamento de leite da Associação Comunitária do bairro Bom Retiro. Também uma fábrica de polvilho no bairro Macaúbas, que será inaugurada no dia 15 de maio. No bairro dos Alves, existe uma máquina comunitária de beneficiamento do café. Uma prova de que os produtores rurais estão entendendo este processo de diversificação, de melhoria na qualidade do produto e busca de alternativas de fonte de renda.
Como liderança, Gilmar manifestou que as ações não acontecem sem a questão política. Prova disso, a construção em andamento da Unidade de Processamento de Derivados da Cana-de-açúcar, resultado de uma ação política. “O trabalho político é de fundamental importância”, disse.