Cooxupé anuncia faturamento de R$ 1,74 bi

Publicado em 03/04/2009 - agronegocio -

829_07Ao reunir cerca de 200 cooperados em Assembléia Geral Ordinária no dia 27/03, a  Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda – Cooxupé - anunciou um faturamento anual de R$ 1.747.329.412,00. Esse total se refere ao movimento financeiro de 2008 e supera em 38,06% o resultado de 2007, ano em que a Cooxupé completou 75 anos de trabalho, dos quais 50 focados na produção de  café e faturou R$ 1.265.671.379,00. Trata-se do quinto ano consecutivo em que a Cooxupé, a maior cooperativa de café do mundo, atualmente com 11.482 cooperados, alcança faturamento superior a R$ 1 bilhão/ano.
O presidente Carlos Alberto Paulino da Costa destacou, durante a assembléia, o fato de a Cooxupé manter benefícios aos cooperados mesmo quando se assiste à retração da economia mundial: “há quatro anos não reajustamos as tarifas referentes à armazenagem de café, temos uma equipe profissional que presta assistência técnica gratuita aos cooperados e os investimentos para melhorias de nossos núcleos e filiais continuam sendo efetuados”. Segundo o presidente, a Cooxupé tem procurado retribuir a confiança demonstrada, por seus cooperados, com trabalho e investimentos. “Foi um ano de realizações: inauguramos em Guaxupé moderno laboratório para análise de café, onde temos as etapas de classificação totalmente informatizadas e também construímos projeto piloto para recebimento e armazenagem de café em big-bag no núcleo de Monte Carmelo, na região do cerrado mineiro”, ressaltou Carlos Paulino.
A Cooxupé encerrou o exercício de 2008 com recebimento de 4.697.189 sacas de café, o que representa 13,2% do total de café arábica produzido pelo Brasil no período e 19,9% da produção de Minas Gerais. “Esse volume expressivo permitiu que encerrássemos o ano como líderes dos embarques brasileiros de café”, complementou o presidente. Em 2007, a Cooxupé havia ficado na vice-liderança no ranking dos maiores exportadores de café do país e em 2006, em quarto lugar.
Na assembléia, as contas do exercício de 2008 foram aprovadas depois de a direção e os superintendentes da empresa terem apresentado esclarecimentos sobre cada um dos itens do balanço entregue a cada associado.  Aplausos elegeram por unanimidade quatro integrantes do Conselho Fiscal: Antonio Carlos Moreno,  Claudecir Divino de Araújo, Guido Magela de Paula e Elias Jorge Zenun unem-se a Joaquim Geraldo Ribeiro do Valle Filho e Salvador Gomes da Silva, que continuam como membros efetivos.  Eles assumiram a tarefa de fiscalizar as contas da Cooxupé ao longo de 2009.
Uma palestra com Gustavo Loyola, doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas (RJ) e que foi presidente do Banco Central entre 1995 e 1997, encerrou a tarde de trabalho na Cooxupé, em Guaxupé.  O economista traçou um paralelo entre os países desenvolvidos e os emergentes, como o Brasil e a China.  Segundo ele, o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que caiu 6,2% no último trimestre de 2008, deve cair 6,0% no primeiro trimestre de 2009 e fechar o ano com queda de 2,5%, sentindo os efeitos da pior crise bancária desde 1930 e que jogou na lama os principais bancos norte-americanos. A China, ao contrário, deve manter crescimento estável, sustentado pela demanda doméstica: as projeções indicam o PIB em 7,5% em 2009, subindo para 8,0% em 2010 e 8,5% em 2011. 
E o Brasil, como deve se comportar? “Tivemos uma contração de 3,6% do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2008, mas nossa projeção para 2009 é de +0,3%”, destacou o economista, citando como boa notícia uma inflação projetada em 4,2% para 2009, o que vai permitir ao  Banco Central baixar as taxas de juros. “No último trimestre de 2008, assistimos a uma crise de desaceleração no país, ou seja, tivemos que frear, diminuir a velocidade de nosso crescimento, mas ao contrário dos Estados Unidos, o sistema financeiro brasileiro permanece sólido”, destacou Gustavo Loyola. Segundo ele, com a queda de juros anunciada pelo Banco Central, o crédito em nosso país será retomado ao longo de 2009 e então teremos ‘combustível’ para voltar a crescer.