Funcafé, crise, agronegócio e safra 2016 na região

Publicado em 09/07/2016 e atualizado em 09/07/2016 - agronegocio - Da Redação

Funcafé, crise, agronegócio e safra 2016 na região


O Sindicato dos Produtores Rurais de Muzambinho é um dos parceiros na realização do 2º Concurso Municipal de Qualidade de Café. O presidente Rodrigo Machado prestou esclarecimentos sobre o evento e destacou a importância da qualidade na cafeicultura local.

SINDICATO DINÂMICO - O dirigente garante que a entidade de representação dos produtores rurais do município vem atuando de forma positiva. Até porque vem trabalhando novos projetos como de qualidade do café, mapeamento dos cafés de qualidade (em parceria com o Sebrae), além de outras iniciativas. A cada ano, o sindicato procura apresenta alguma coisa diferente ao produtor.
A adesão de novos associados comprova que está havendo maior conscientização por parte do produtor rural quanto à necessidade de união através do sindicato. O dirigente esclarece que, na verdade, o sindicato não precisaria oferecer nenhum tipo de serviço. Mas atuar como forma de voz política do produtor. Este é um dos objetivos do trabalho desenvolvido pela atual diretoria.

CRISE E O AGRONEGÓCIO - Rodrigo Machado esclarece que o agronegócio foi o último setor a sentir os efeitos da crise econômica do país. Mas agora estão surgindo os problemas, devido ao substancial aumento no preço de adubo, insumos e defensivos. Com isso, os efeitos são sentidos por toda a cadeia produtiva, como trabalhadores e comerciantes. Na atual conjuntura, a expectativa é pessimista quanto ao futuro.

RECURSOS DO FUNCAFÉ - Na última semana, o Ministério da Agricultura iniciou a liberação dos recursos do Funcafé para a safra 2016. São 14 agentes financeiros que já contrataram R$ 2.5 bilhões, o que representa 54% de quase R$ 4.5 bilhões para a atual safra. Na última semana, Rodrigo Machado participou de reunião do CNC (Conselho Nacional do Café) em Ribeirão Preto/SP debateu formas de maior agilidade na liberação desses recursos do Funcafé a partir de 2017. Com isso, possibilitando que o produtor tenha recursos de custeio logo no início da colheita. Informações devem ser buscadas junto às instituições financeiras, principalmente com a criação do CAR (Cadastro Ambiental Rural). O próprio Sindicato dos Produtores Rurais está disponibilizando orientações técnicas sobre o CAR no município.

PUBLICIDADE - A liderança defende a destinação de parte dos recursos do Funcafé para investimento em publicidade do café brasileiro, mudando a imagem do produto nacional em outros países. Segundo ele, várias ONGs internacional vem para o Brasil e mostram uma situação totalmente atípica da cafeicultura nacional. Acredita que o governo federal está sensível a esta situação. Prova disso, que vem preparando um projeto bastante interessante para a cafeicultura nacional e que futuramente será divulgado.
O produtor e sindicalista afirmou que deseja o sucesso do Consórcio do Café, idealizado pelo deputado Emidinho Madeira. Porém, não observa a iniciativa com muito entusiasmo. Isto por entende que os recursos arrecadados e investidos em publicidade não serão suficientes para gerar os resultados necessários para o café brasileiro.

CONCURSO - Rodrigo Machado declarou que o primeiro Concurso Municipal de Qualidade de Café realizado no ano passado recebeu mais de 50 amostras de café. Neste ano, o objetivo é ampliar o leque de participação dos produtores. Neste contexto, considera providencial a parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Emater, devido ao grande acesso aos pequenos produtores do município. A entrega das amostras de café podem ser feitas até o dia 05 de agosto (2 kg de café limpo ou 4 kg de café em coco). Cada produtor poderá trabalhar com quatro amostras de café, sendo duas amostras de café natural e duas amostras de café cereja descascado. A premiação do concurso está prevista para o dia 10 de outubro.
Um dos objetivo do Concurso é mostrar a identidade do café de Muzambinho, mostrando as nuances de bebida. Porém, mostrando que o produtor local consegue fazer qualidade e merece ser remunerado por esta qualidade. Daí a importância do produtor ter amplo conhecimento das condições do seu produto, participando de cursos de degustação e classificação do café.

SAFRA 2016 - O produtor confirmou que as chuvas do final de maio e início de junho acabaram atrapalhando o início da safra e qualidade do produto. A estimativa do Sindicato é que entre 30% e 40% do café que estava no pé acabou caindo no chão. Além disso, este café é justamente o café cereja, que estava preparado para fazer o descasque. Com isso, neste ano haverá uma produção muito baixa de cereja descascado, pois o que sobrou no pé foi só o café verde e seco. Consequentemente, a recomendação é fazer a maior quantidade possível de preço do café cereja, que terá um preço melhor neste ano. Outro problema se refere ao cumprimento dos contratos de café firmados anteriormente pelos produtores. Em Muzambinho, a colheita atingiu cerca de 30% de sua totalidade e a expectativa é de uma produção entre 240 mil sacas.

SECRETARIA E EMATER - O papel da Secretaria Municipal de Agricultura em Muzambinho. Para Rodrigo Machado, este setor está mais focado na conservação de estradas rurais. Assim, entende que o trabalho deve ser voltado especificamente para o desenvolvimento da agricultura.
Quanto ao trabalho da Emater, a liderança considerou uma injustiça a desvalorização do órgão. Até porque a Emater oferece muitos trabalhos importantes ao produtor, inclusive com o programa Certifica Minas, que verifica métodos de gestão da propriedade rural. A liderança, inclusive, destacou o empenho e trabalho diferenciado desenvolvido pelos profissionais da Emater em Muzambinho.