Publicado em 26/10/2015 - agronegocio - Da Redação
Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a ser cotados abaixo de 120 cents na semana passada, indicando tendência negativa. O mercado não teve forças para trabalhar acima de 130 cents e devolveu ganhos. Entre outros fatores, a previsão de chuvas nas regiões produtoras brasileiras contribui para pressionar as cotações. Segundo a Somar Meteorologia, são grandes as chances de chuvas em toda as áreas de café, inclusive a parte sul do cinturão cafeeiro, nesta segunda-feira. A partir de amanhã até sábado (31), “os modelos de previsão estendida indicam chuvas mais generalizadas sobre áreas de café, com máximos no centro e sul de Minas Gerais, que inclui sul, Mogiana e Cerrado”, prevê a Somar. Na sexta, os futuros de arábica até esboçaram uma reação, por causa do fortalecimento do dólar. Pela manhã, o mercado foi influenciado pela notícia de que o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) havia cortado as taxas de juros de empréstimos e depósitos de um ano em 0,25 ponto porcentual, para 4,35% e 1,50%, respectivamente. À tarde, porém, as medidas chinesas foram interpretadas como sinais de que a economia do país está mais fraca do que o previsto. Com isso, as commodities perderam força, de modo geral. A moeda norte-americana acabaou fechando a R$ 3,8840, desvalorização de 1,07% no dia. Segundo a consultoria Pharos, gestora de risco em commodities, “o cenário é de dólar elevado, fundos vendidos, e previsões de uma safra brasileira abundante”. No entanto, as vendas de produtores recém-saídos da safra diminuíram, acrescenta a Pharos. Os fundos de investimento diminuíram um pouco o saldo líquido vendido em café na ICE, conforme mostrou na sexta o relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), referente à semana encerrada na terça-feira (20). Os fundos passaram de saldo líquido vendido de 10.068 lotes no dia 13 de outubro para 9.930lotes no dia 20, considerando futuros e opções. Já os fundos de índice praticamente mantiveram o saldo líquido comprado no período de 25.607 lotes para 25.663 lotes. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos reduziram o saldo liquido vendido de 5.306 lotes para 3.532 lotes. “O café arábica voltou ao nível de 120 cents e temos quase o mesmo cenário de agosto, quando os preços também se aproximavam e até faziam as mínimas do ano”, comenta a Pharos. Essencialmente, a única coisa que mudou foi a perspectiva de mais café colombiano no mercado internacional e a visão de que o Brasil continua exportando mais café do que se esperava, acrescenta a consultoria. Pelos indicadores técnicos, os futuros de arábica chegaram a romper o suporte a 117,95 cents (mínima de 29 de setembro), mas se recuperaram. A resistência é de 125 cents, seguida de 130 cents. Os futuros arábica em Nova York trabalharam no terreno negativo em boa parte do pregão de sexta. Os contratos com vencimento em dezembro acabaram fechando em baixa de 1,17% (140 pontos), a 118,45 cents. O mercado teve máxima de 120,80 cents (mais 125 pontos). A mínima foi de 117,55 cents (menos 230 pontos). Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro caíram na sexta-feira, pelo sexto pregão consecutivo. O indicador Cepea/Esalq do Café Arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 467,28/saca de 60 kg, queda de 0,42%. Segundo apurou o Cepea, ainda existe uma grande diferença entre os preços ofertados pelos compradores e pedidos pelos vendedores, o que deixa as negociações limitadas. Diferente das regiões produtoras de arábica, o Estado capixaba continua com forte estiagem e os produtores de robusta estão preocupados com a safra 2016/17. O Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, registrou novo recorde nominal, fechando a R$ 370,92/saca de 60 kg, alta de 0,22% no dia. O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 360,99/saca, recuo de 0,08% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte : Agência Estado via Café da Terra