Emater-MG orienta sobre criação e alerta para os
cuidados sanitários
A criação de galinhas caipiras é uma atividade ideal para
agricultores familiares. Ela pode ser desenvolvida em pequenos espaços na
propriedade, com o custo de produção inferior ao das aves criadas em granjas
comerciais. Além disso, a aceitação no mercado dos ovos e da carne das aves
caipiras é muito grande.
Em Florestal, na
região Central de Minas Gerais, o produtor Cláudio Barbieri deixou de lado a
criação de gado de leite e de corte. Há mais de 10 anos, ele investe na produção
de ovos de galinhas caipiras, na fazenda Granja Letícia. “O ovo caipira é muito
procurado. É preciso se adequar às exigências sanitárias para comercializar.
Mas o pessoal prefere muito mais o ovo caipira ao ovo convencional”, afirma.
Quem investe na criação
de aves caipiras no sistema semi-intensivo deve providenciar um galpão para a
criação de frangos ou um galinheiro para criar galinhas, galo, pintainhas,
frangos e frangas, no chamado ciclo completo. Dentro dele, ficam os
poleiros, ninhos, bebedouros e comedouros com ração balanceada. Além de
coberta e cercada, é recomendado que a estrutura tenha cortinas de lonas, que
protegem as aves do sol e do vento. O piso deve ser coberto com palha de arroz,
serragem ou capim picado, formando o que é conhecido como cama de frango,
que melhora o bem-estar das aves.
Ao lado do
galinheiro, ficam os piquetes, que são áreas cercadas ao ar livre, onde as aves
podem pastejar, tomar sol, exercitar e ter acesso a diferentes tipos de
alimentos: capim, frutas, insetos, hortaliças. O tamanho ideal do piquete
é de 3m² por animal. “As aves dormem no galinheiro, mas durante o dia ficam
soltas nos piquetes, pastando”, explica o produtor.
A coleta dos ovos é
feita de duas a três vezes ao dia para evitar os ovos fiquem sujos ou quebrem.
Na Granja Letícia, as aves criadas são das raças Gigante Negra, Label Rouge e
Isa Brown. São aves com aptidão de postura e rústicas, que se adaptam bem ao
sistema semi-intensivo.
“As galinhas caipiras
produzem menos no semi-intensivo, mas são criadas pensando num bem-estar
diferente ao da galinha de granja comercial, que fica em gaiolas. A gente olha
muito isso. Elas passam por todo o processo natural de uma galinha mais
rústica”, diz Cláudio Barbieri.
Cuidados sanitários
A Emater-MG lembra
que para obter sucesso com a criação é preciso ficar atendo às questões
sanitárias. “Dentro das boas práticas de produção de ovos e frangos, existem as
boas práticas sanitárias, necessárias para evitar doenças e garantir bem-estar
e o conforto das aves. É basicamente a limpeza e higienização de equipamentos e
instalações”, explica a coordenadora estadual de Pequenos Animais da Emater-MG,
Márcia Portugal.
O galpão deve ser
higienizado a cada três meses ou sempre que houver uma troca de lotes de aves.
A cama de frango precisa ser retirada e ter um destino adequado. Normalmente,
ela é usada para compostagem e, posteriormente, para adubação de lavouras,
hortas e capineiras.
Após a retirada da
cama de frango, o piso deve ser desinfectado com um lança-chamas, num processo
conhecido como vassoura de fogo. Em seguida, é necessário lavar o local com
água e sabão neutro. Depois deste procedimento, quando o piso estiver seco, é
recomendado que o produtor use um pulverizador para aplicar um sanitizante, que
pode ser uma solução de água sanitária diluída em água.
A coordenadora da
Emater-MG lembra dos cuidados com os comedouros e bebedouros também devem estar
sempre limpos. “Eles devem ser lavados com água e sabão neutro. E depois
ficarem de molho em uma solução de água sanitária diluída em água”, explica.
Outra recomendação da
Emater-MG é com a estrutura de abate ou classificação dos ovos. O produtor que
investir na criação deve seguir as normas estabelecidas pelo Instituto Mineiro
de Agropecuária (IMA), responsável pela fiscalização sanitária desta atividade
no estado.
“Quando começa a
produzir, o produtor deve pensar no final da cadeia produtiva, que é a
comercialização. No caso da produção de ovos, ele deve ter um entreposto para
classificação, limpeza e embalagem. No caso de produção de frangos para abate,
ele precisa de um abatedouro adequado. Tudo tem que seguir a legislação
sanitária do IMA”, afirma Márcia Portugal.
Uma das orientações
da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, é que o produtor faça essas estruturas em parceria com outros
criadores. Além de reduzir os custos, eles conseguem ampliar o mercado. “A
Emater é quem vem trazer as novas tecnologias e ajudar a implementar as
melhorias. Os técnicos conhecem nossas limitações, conhecem a propriedade e
sabem mensurar isso bem”
Cartilha técnica
A Emater-MG
disponibiliza em seu site, de forma gratuita, a Livraria Virtual. Nela,
os interessados encontram diversas cartilhas técnicas, inclusive sobre a
criação de galinhas caipiras com informações sobre vacinação, criação dos
pintinhos, equipamentos e alimentação das aves. Para acessar a cartilha sobre a
criação de galinhas caipiras, clique
aqui.
Também no site da
Emater-MG, existe uma seção de filmes técnicos onde o produtor tem acesso às
informações sobre as boas práticas sanitárias numa criação de galinhas
caipiras. Para assistir ao vídeo, clique aqui.
Assessoria de
Comunicação – Emater-MG
Jornalista responsável:
Marcelo Varella