Publicado em 21/08/2019 - agronegocio - Da Redação
Conclusões foram debatidas por especialistas no Fórum Técnico Café e Clima, realizado pela Cooxupé, em 20 de agosto, em Guaxupé (MG)
Preocupada com a instabilidade do comportamento
climático, a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé realizou, na
terça-feira (20), o I Fórum Técnico Café e Clima, oportunidade em que
profissionais discutiram o tema por meio de um ciclo de palestras, concluindo
que - assim como a safra 2019 – a de 2020 também será comprometida e não deve,
segundo especialistas, ser maior que a de 2018 (ano de bienalidade alta).
Isto porque, desde dezembro de 2018, o clima tem
apresentado variações, gerando reflexos nos cafezais por conta das chuvas
irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares. A exposição das
lavouras a uma grande amplitude térmica, cujas temperaturas mínima e máxima
registraram 14 e 36 graus, também comprometeu o metabolismo da planta.
A palestra de Éder Ribeiro dos Santos, coordenador do
Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, abordou as condições e o
comportamento da plantação no período entre setembro de 2018 e abril de 2019.
De acordo com ele, as principais ocorrências registradas na área de ação da
cooperativa foram a florada antecipada e a temperatura acima da média, que
culminou com uma seca prolongada durante o mês de janeiro de 2019, mas que foi
seguido por um período chuvoso e de alta nebulosidade em fevereiro deste ano.
Éder explica que principais causas de quebra de produtividade na cafeicultura
se devem 56% à deficiência hídrica, 17% ao excesso hídrico e 14% às
temperaturas adversas, que juntos correspondem a 87% dos fatores de influência
na produção.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de
Melo, afirma que - mesmo com o levantamento técnico realizado na área de ação
da Cooxupé ao longo desses meses - não é possível ainda falar em números sobre
os impactos na safra do próximo ano, mas que a colheita pode ser, no máximo,
igual a de 2018.
Os impactos do clima, no entanto, já são sentidos pela
cooperativa no recebimento de café deste ano. "Até o momento, estamos com
a produção de nossa área 95% colhida e recebemos de cooperados e terceiros
4,144 milhões de sacas de café arábica. Nossas expectativas gerais eram de 5,7
milhões de sacas e, certamente, não alcançaremos esta meta", revela o
presidente da Cooxupé. Em 2018, o recebimento de café de cooperados e terceiros
foi de 6,451 milhões de sacas.
O Fórum Técnico contou com as palestras
"Considerações sobre o comportamento do clima para a safra de 2020",
ministrada pelo climatologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Francisco
Assis Diniz; "Resposta do cafeeiro frente às incertezas climáticas –
Análise de Cenários", proferida pelo docente da Universidade Federal de
LAVRAS, José Donizete Alvez; e "Agricultura, Agricultores e Preservação
Ambiental", realizada pelo chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo
Eduardo Miranda, que destacou o papel dos agricultores brasileiros na
preservação da vegetação nativa.
Mais sobre a Cooxupé
Hoje, a Cooxupé possui mais de 14,5 mil cooperados que produzem café arábica nas regiões do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e média mogiana do Estado de São Paulo. A área total de produção e formação que a cooperativa abrange é de 329.902 hectares. Todos os dados meteorológicos trabalhados pelo Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé podem ser acessados pelo Sismet – Sistema de Monitoramento Meteorológico, por meio do site: www.sismet.cooxupe.com.br.
ASCOM / Cooxupé