AÇÃO & REAÇÃO - Meu pai no aumentativo

Publicado em 28/01/2011 e atualizado em 28/01/2011 - amauri-jr - Amauri Jr.

* POR AMAURI JR., mais sênior do que júnior. Radialista, repórter e Mestre de Cerimônias. Um pouco de tudo e praticamente nada. Aniversário também é triste. Há 1 ano, no dia 25 de janeiro, faleceu meu pai Joaquim de Oliveira Ruela, mais conhecido na cidade de Muzambinho e no bairro Muzambo como “Soquim Ruela”. “So” de Sr./Seu e “quim”, diminutivo de Joaquim.
Mas registro aqui o meu PROTESTO com “duplicidade” de sentido. Diminutivo não combinava em nada com meu pai. Aceito sim o “Soquim” porque era o apelido carinhoso dos tantos amigos que cativou ao longo da vida. Mas ele era GIGANTESCO em tudo, toda hora e para todos. Homem de estrutura física forte e inigualável no caráter. Dizem que o nosso pai sempre é o melhor de todos. Mentira! O MEU era o melhor e continua sendo.
Quando meu pai faleceu não consegui chorar. Acredito que por tudo que vivi, vi e senti nos seus últimos momentos. Durante cinco anos, ele foi acometido de diversos problemas de saúde. Mas a situação mais grave e dolorosa foi sentida nos últimos três meses. Doeu nele e também em mim. Talvez por este motivo, quando foi levado por Deus, o conforto divino tenha servido como aconchego. Meu pai foi mais que um herói. Foi a legítima designação de família. Trabalhador, honesto, carinhoso, solidário e MEU AMIGO. Tinha orgulho da esposa, dos filhos e, principalmente, dos netos. Como esposo, era companheiro. Como pai, o orientador e exemplo. Como avô, se transformava na autêntica e mais pura criança.
Não há muito a escrever sobre meu pai, pois o sentimento de saudade acaba confundindo devido às inúmeras lembranças. Além disso, nem Carlos Drumond de Andrade ou Pablo Neruda, conseguiriam uma definição aproximada da grandeza humana e exemplo deixado por meu pai.
Quando meu pai faleceu não chorei e também não consegui escrever nenhuma homenagem póstuma. Na época, ficou um vazio completo. Era como ouvir o silêncio em meio à multidão eufórica. Estranho! Hoje, a saudade fez aparecer as lágrimas. Mas elas não escorregam dos olhos. Começam a viagem da saudade com uma dor profunda no peito, passando como um raio pelo coração e chegando pesada e molhada até a alma.
Obrigado meu pai! Você viveu intensamente, deixando sua marca em todos nós. E a sua marca faço questão de carregar por toda a vida! Obrigado pelas bênçãos todos os dias, me guiando pelos caminhos que escolho. Aliás, procuro seguir seus passos para que a minha marca seja igual à sua. Você vive de uma forma diferente e assim nos ajuda a viver!
Hoje fiz minha homenagem, simples e pequena, mas verdadeira! A exemplo do seu apelido “Soquim”, diminutivo na gramática, mas aumentativo no significado.
Saudades de SOQUIM Ruela!

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