Publicado em 21/01/2021 - cesar-vanucci - Da Redação
“Vacinação ampla, geral e irrestrita, sem qualquer perda de tempo, já!” (Antônio Luiz da Costa, educador)
Ave, vacina, no morituri te salutant! Os que não vão morrer a saúdam. Os que não querem morrer de coronavírus celebram sua chegada.
A picada da agulha no braço da enfermeira paulista, que simbolicamente inaugurou a campanha de imunização pública, foi sentida também nos braços de todas as pessoas que, diante da tevê, acompanharam o histórico ato. Lamente-se que tenha sido ato vivenciado com algum atraso. Não podemos deixar de considerar certas circunstâncias. O Brasil é o 5º país mais populoso do mundo. Ocupa, nas estatísticas mortíferas da pandemia, indesejável segundo lugar no registro de óbitos e infecções. Anunciando agora a implantação da vacinação em massa é o 55º a utilizar esse instrumento terapêutico na tentativa de refrear a marcha do flagelo.
A Anvisa autorizou o uso emergencial das vacinas contra o coronavírus produzidas no Butantan (CoronaVac) e na Fundação Oswaldo Cruz (Oxford-AstraZenica). A decisão unânime tomada pelos seus dirigentes trouxe sensação de alivio muito grande no seio da comunidade. Não se pode deixar de ressaltar que as manifestações dos dirigentes da agência controladora foram precisas e bastante elucidativas. A eficácia da medicação aprovada foi abundantemente documentada. Na complementação dos votos, os técnicos fecharam questão num ponto. Tirante a vacinação, não existe, em lugar algum, qualquer outra fórmula medicamentosa disponível, aceita pela ciência, que possa, comprovadamente, proporcionar efeitos terapêuticos positivos no enfrentamento da pandemia. Deixaram categoricamente expresso também que as medidas preventivas determinadas por cientistas e profissionais da saúde, mesmo com a vacinação em massa, até segunda ordem, carecem ser seguidas à risca. O sistema de reclusão social, na forma continuamente sugerida, deve ser rigorosamente observado por todo mundo. É parte indissociável do processo.
Com a vacinação uma onda de
transbordante esperança percorre lares, ruas, hospitais, consultórios. Conhecedores
da competência do SUS em campanhas desse gênero, esperamos, confiantes que tudo
funcione, no esquema traçado, a pleno contento, atendendo ao sagrado interesse
nacional. As autoridades competentes estão no dever indeclinável de promover um
trabalho que corresponda às expectativas generosas da sociedade. Um trabalho
que, em fase alguma do curso estabelecido, possa ser maculado por episódios
aterrorizantes, como os mostrados nas imagens de Manaus, onde a
irresponsabilidade e a insensibilidade social se deram as mãos pra fabricar
caos.
Cesar Vanucci - Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)