Publicado em 24/11/2019 - cidade - Da Redação
Nos últimos dias, o repasse financeiro da prefeitura para a Santa Casa de Muzambinho gerou inúmeros questionamentos. Diretor Administrativo da entidade, Luiz Carlos Dias atendeu a reportagem e esclareceu os fatos.
130 NO PRONTO SOCORRO
O diretor revelou que diariamente passam 130 pessoas pelo atendimento no pronto atendimento, mais chamado de “pronto socorro”. Um número considerado bastante elevado, sendo que deveria ser de 80% deste total. Até porque o local é reservado para o atendimento somente de urgências e emergências. Ou seja, os casos mais graves. Mas reconhece que se tornou uma “cultura popular” buscar o primeiro atendimento no pronto socorro e não na atenção básica (posto de saúde ou unidade do PSF). A demora no atendimento ocorre justamente pela quantidade de usuários e aos casos de urgência que demandam cuidados ainda mais intensos. Alertou ainda que o pronto socorro não é local para “acompanhamento” médico, que deve ser feito nas unidades de saúde. O diretor ainda revelou que o pronto socorro atende diariamente 15 crianças (de 0 a 8 anos) e 45 idosos, números considerados preocupantes.
REBATENDO CRÍTICAS
Respondendo críticas vinculadas em rede social, Luiz Carlos revelou números sobre a mortalidade na Santa Casa nos últimos quatro meses. Entre maio a agosto, foram registrados 30 óbitos, sendo 80% (24) com idade acima de 80 anos e grande parte acima ainda de 90 anos e 20% são pacientes com câncer. Dos 6 óbitos restantes, 1 paciente tinha mais de 70 anos e faleceu devido a um câncer e outro era elitista (com vários problemas).
Luiz Carlos também falou do uso de medicamento de alto custo utilizado com recursos próprios da Santa Casa, além do intenso trabalho de transferência de pacientes para o Alzira Velano em Alfenas e Santa Lúcia em Poços de Caldas. Valorizou a dedicação de toda equipe da Santa Casa de Muzambinho, citando 88 funcionários e 17 médicos.
REPASSE DA PREFEITURA
Nas últimas semanas, informações não oficiais relataram falta de repasse da prefeitura para a manutenção do pronto socorro. O próprio Luiz Carlos declarou: “Fala-se muito. É muito achismo”. Esclareceu que realmente ocorre um atraso de dois meses por parte da prefeitura, mas os entendimentos estão sendo mantidos com o prefeito, Secretário de Saúde e equipe administrativa do Executivo. Em nenhum momento foi cogitada a paralisação no atendimento. “Nos preocupamos única e exclusivamente com o povo”, disse. O que não pode, segundo o diretor, é atrasar muito o repasse, pois acabou a “gordura” conquistada durante um determinado período. “A gente está cumprindo e eles (prefeitura) vão cumprir também. Não tenho que ficar batendo na porta da prefeitura. Estamos conseguindo trabalhar, estamos conversando e não queremos atrito. Temos um contrato e estamos trabalhando em prol da população”, garantiu.