Secretaria de Saúde alerta sobre o reaparecimento de “Caramujos Africanos” em Muzambinho

Publicado em 22/12/2009 - cidade - Assessoria de Imprensa

967_04O caramujo africano pode transmitir uma série de doenças para o homem, sendo que as pessoas não devem manipulá-lo sem luvas, pois o simples contato pode causar o contágio. O animal pode ser encontrado em hortas, jardins, plantações e armazéns de grãos e possui uma significativa resistência à seca e ao frio.O molusco foi introduzido no Brasil como uma versão do escargot, mas depois descobriu-se que a espécie não é comestível e transmite doenças. Trata-se de um molusco grande, terrestre, que, quando adulto, atinge 15 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura, com mais de 200 gramas de peso. A cada dois meses, um caramujo põe 200 ovos.
Como se sabe, os caramujos em geral gostam de locais úmidos e sombreados. Por isso, ao iniciar a busca do caramujo africano em seu quintal, verifique bem os cantos dos muros, as paredes onde não bate muita luz e os lugares em que possa haver acúmulo de galhos, restos de poda, folhas, madeiras, etc. Também são locais muito propícios os restos de construção, entulhos e, em especial, os tijolos furados.
967_05Como recolher o molusco?
- A orientação é para que os próprios moradores façam o recolhimento dos moluscos e, munidos de luvas descartáveis para não ter contato com o caramujo;
- Para exterminar este caramujo, é necessário queimá-lo completamente, pois, caso contrário, os vermes continuam no local;
- Manuseie e colete o caramujo com a proteção de luvas ou sacos plásticos (verifique se o saco e as luvas não estão furados);
- Não coma, não beba, não fume e não leve a mão à boca, durante o manuseio do caramujo;
- Após esses procedimentos enterre-os em valas de 80 cm, jogando cal virgem em cima dos caramujos mortos nos sacos (cuidado, pois a cal virgem é cáustica e queima, causando danos à pele).
Depois cubra a vala com terra.
Atenção: essas valas devem estar distantes de poços ou cisternas.
Caso tenha dúvidas sobre o melhor local para cavar a vala, consulte o Departamento de Vigilância em Saúde ou de Meio Ambiente. Lave as mãos após esses procedimentos
Cuidados extras (DICA IMPORTANTE)
Para evitar que os caramujos africanos presentes em propriedades vizinhas cheguem ao seu terreno, prepare uma mistura de sabão em pó e água, formando uma calda forte, e espalhe sobre o muro.
Refaça esse procedimento a cada 3 semanas ou após cada chuva.
Para ingerir verduras, frutas ou legumes de plantações que suspeite apresentar a presença de caramujos africanos: Observe se as folhas e frutos estão inteiros, ou seja, se não foram comidos por caramujos.
Despreze os vegetais que tiveram contato com os caramujos.
Prevenção
Deixe as verduras, frutas e legumes mergulhados em uma mistura contendo 01 colher (sopa) de água sanitária para 01 litro de água, durante trinta minutos. Enxágüe muito bem antes de comer.
Doenças
A simples manipulação desses moluscos vivos pode causar contaminação, pois dois tipos de microorganismos perigosos são encontrados em sua secreção. Um deles é o Angiostrongytus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômito. O outro é o Angiostrongylos cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso.
Situação Atual
Em 2007, a Vigilância Epidemiológica notificou pela primeira vez o aparecimento de “caramujos africanos” em alguns pontos do município, na ocasião mutirões de coleta foram realizados com intuito de se eliminar o maior numero do molusco possível. A operação obteve sucesso já que em 2008 o índice de infestação foi visivelmente reduzido. Já em 2009 a partir do mês de novembro, a Vigilância em Saúde vem recebido denuncias constantes sobre a presença do animal. No dia 17 de dezembro, os agentes do Controle de Endemias iniciaram a mais ordenada campanha de coleta e eliminação do “caramujo africano”, coletando aproximadamente 30 quilos do animal.

Contatos: Vigilância em Saúde – Controle de Endemias na Avenida Doutor Américo Luz, 216 – centro, telefone: (35) 3571-3773 / 3571-2282.

Otávio Henrique Domingos
Coordenador da Vigilância em Saúde