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População brasileira cresce 0,86% em um ano, segundo contagem do IBGE. São Paulo é a maior cidade do país e a mineira Serra da Saudade, a menor
A população brasileira atingiu no mês passado a marca de 202,7 milhões (veja quadro) de habitantes, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas que vivem no país cresceu 0,86% entre 2013 e 2014, sendo que os três estados mais populosos estão na Região Sudeste. São Paulo, com 44 milhões de habitantes, abriga 21% da população brasileira. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 20,7 milhões, seguido do Rio de Janeiro, com 16,5 milhões de habitantes. Na outra ponta, entre os menos populosos, estão três estados da Região Norte: Roraima (496 mil moradores), Amapá, (750 mil) e Acre (790 mil).
Entre as cidades, São Paulo continua a mais populosa, com 11,9 milhões de habitantes. Com 2,49 milhões de moradores, Belo Horizonte aparece em sexto lugar, sendo a única cidade mineira entre 25 mais populosas do país. Quando não são consideradas as capitais, Uberlândia, com 654 mil, e Contagem, com 643 mil, entram na lista das 25 maiores cidades do país, respectivamente na 12º e na 13º posições. Guarulhos, com 1,3 milhão, e Campinas, com 1,1 milhão, são as maiores. A Região Metropolitana de BH abriga 5,7 milhões de moradores, enquanto as de São Paulo e do Rio, as maiores, têm 20,9 milhões e 11,9 milhões, respectivamente. O estudo mostra que as maiores taxas de crescimento na população estão nos municípios de médio porte, de 100 mil a 500 mil habitantes. São cidades que se tornaram, nas últimas décadas, importantes polos regionais e se configuram como áreas de atratividade migratória. O crescimento nos grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, por outro lado, perdeu força e está abaixo da média nacional.
BH registrou crescimento populacional de 0,48%. O levantamento mostra que o conjunto das 27 capitais totaliza 48,3 milhões de habitantes, representando 23,8% da população total do Brasil. Esse percentual é exatamente o mesmo registrado em 2000, o que, segundo análise do IBGE, indica uma mudança demográfica em direção às cidades de médio porte. “Isto é uma evidência de que o dinamismo populacional do Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior do país e se manifestando nos municípios de porte médio. Contudo, ainda persiste uma acentuada concentração de população em um número reduzido de municípios”, avaliou o instituto.

OS PEQUENOS Com apenas 822 habitantes, Serra da Saudade, no Centro-Oeste de Minas, é a menor cidade do país em número de habitantes. A mineira e a paulista Borá são as únicas com populações inferiores a 1 mil habitantes. Em 2013, Serra da Saudade tinha 825 pessoas, perdendo agora três moradores. “Muitos jovens procuram oportunidades em outros lugares. Essa é uma questão da grande maioria das cidades do interior, mas não acho que a prefeitura ou os moradores veem isso como um problema”, avalia Adriana de Oliveira, assessora da Prefeitura de Serra da Saudade. A principal fonte de renda dos moradores é a agropecuária.
O pequeno número de moradores de algumas cidades gera uma certa distorção na divisão de recursos repassados por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A transferência mínima do FPM é destinada para todos as cidades com até 10.188 habitantes. Hoje, Serra da Saudade receberá a terceira parcela do FPM de agosto, de R$ 101.160,85, o mesmo montante que será repassado para Cordisburgo, a menos de 200km de distância, e que tem 10 vezes mais habitantes. O total de agosto passa dos R$ 400 mil.

Palavra de especialista
Alisson Flávio Barbieri, professor do Departamento de Demografia da UFMG: “A queda no crescimento da população das grandes cidades brasileiras está relacionada à perda do dinamismo desses grandes centros. Entram problemas como o alto custo de vida, o preço da terra e todas as dificuldades enfrentadas por quem mora nas metrópoles. Por outro lado, cidades médias têm um atrativo crescente, com empregos e condições melhores de vida. Uma cidade como Uberlândia atrai muito a população de cidades pequenas de seu entorno e também de outras regiões. Uma questão que deve ser levada cada vez mais em conta é a capacidade dessas cidades médias em adaptar suas estruturas para absorver esse aumento. O desafio será adequar as condições de saneamento, habitacionais e serviços prestados aos moradores.”



O tamanho de cada um
Brasil – 202.768.562

Os 10 estados mais populosos do Brasil
1º São Paulo – 44.035.304
2º Minas Gerais – 20.734.097
3º Rio de Janeiro – 16.461.173
4º Bahia – 15.126.371
5º Rio Grande do Sul – 11.207.274
6º Paraná – 1.081.692
7º Pernambuco – 9.277.727
8º Ceará – 8.842.791
9º Pará – 8.073.924
10º Maranhão – 6.850.884

As 10 cidades mais populosas do Brasil
1º São Paulo – 11.895.893
2º Rio de Janeiro – 6.453.682
3º Salvador – 2.902.927
4º Brasília – 2.852.372
5º Fortaleza – 2.571.896
6º Belo Horizonte – 2.491.109
7º Manaus – 2.020.301
8º Curitiba – 1.864.416
9º Recife – 1.608.488
10º Porto Alegre – 1.472

As 5 cidades menos populosas do Brasil
1º Serra da Saudade (MG) – 822
2º Borá (SP) – 835
3º Araguainha (MT) – 1.000
4º Oliveira de Fátima (TO) – 1.091
5º Anhanguera (SP) – 1.093

Por:  Marcelo da Fonseca  (Estado de Minas) | Fonte: IBGE – Coordenação de População e Indicadores Sociais (COPIS)