Colégio Comercial de Muzambinho – 50 anos de luta e desafios

Publicado em 02/04/2014 - educacao - Da Redação

O colégio comercial foi criado por iniciativa do prof. Cláudio Roberto Villas Boas em abril de 1964, sendo ele mesmo o 1° diretor.Para isto, criou- se uma Entidade Mantenedora – a Associação de Professores- ou seja, o status necessário para a sua fundação. Fazia parte dela, alguns professores do Colégio Estadual e alguns cidadãos, tais como: prof. João Marques de Vasconcelos, prof. José Mariano Franco de Carvalho, prof. Paulo Vilhena, José Maria Pereira Júnior e outros.

O prof. Cláudio era uma pessoa preocupada com o enorme contingente de pessoas que não tinham acesso ao curso diurno da Escola Estadual porque precisavam trabalhar. Assim, percebeu a necessidade de criar um curso noturno profissionalizante a fim de atender essa enorme demanda de pessoas ávidas de aprendizagem sem oportunidade de se inserir dentro desse contexto (não havia, ainda, o curso noturno de Escola Estadual naquela época).

A escola se mantinha através de pequenas contribuições dos próprios alunos, o que mal davam para as despesas normais, visto que a maioria dos professores nada recebia, e lecionava para ajudar a escola a se manter de pé.

Em 1969, assumi a direção e nessa época já tínhamos os cursos básico e técnicos e continuávamos a funcionar dentro do prédio da Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida.

Entretanto, algum tempo depois, recebemos uma intimação do I.N.P.S. ( hoje I.N.S.S.). Tínhamos que pagar todos os encargos trabalhistas desde a sua fundação (o que era muito alto). A escola não tinha patrimônio e nem os recursos necessários para quitar tal debito. Tentamos todas as formas e meios, mas a escola era carente de recursos e também tínhamos a convicção da importância da mesma para a comunidade cuja clientela pagava apenas uma pequena contribuição para a sua manutenção.

Tudo em vão. Partimos então para Belo Horizonte. O prof. João Marques Vasconcelos, que já era deputado estadual marcou uma audiência com o Dr. Camilo Calazans, que era superintendente do I.N.P.S. , que prontamente nos atendeu. Ali foram colocados todos os problemas da escola mas nada adiantou e infelizmente, sem uma solução definitiva, voltamos desesperançosos e impotentes diante de tal situação.

Entretanto, um dia, na Faculdade de Guaxupé onde estudava, conversei com meu professor de administração escolar, Dr. Brasiliano Santana, de Monte Santo, que também havia criado a Escola de Comércio dessa cidade, e então contei a ele todo o nosso problema.

Felizmente, uma luz apareceu no final do túnel. Ele me contou que teve o mesmo problema e prometeu-me que na semana seguinte traria uma lei que possibilitaria a encampação da escola pela prefeitura, e desta forma, ela teria as condições junto ao I.N.P.S. de parcelamento da divida em até 150 meses.

Levei até a câmara a referida lei, o que foi aprovada por unanimidade, o que trouxe o alento á escola para que ela pudesse continuar nessa enorme tarefa de formar profissionais para o mercado de trabalho.

Hoje temos centenas de ótimos profissionais atuando em nossa comunidade e comunidades vizinhas, graça aos esforços de todos que trabalharam em prol desta entidade de ensino que só engrandece a nossa Muzambinho.

São 50 anos de luta e desafio. E nesses 50 anos faço uma homenagem a todos aqueles professores e funcionários que já se foram e muito contribuíram para que ela permanecesse ate os dias de hoje.

Novos cursos foram criados até então e que trouxeram novas opções aos estudantes.

Entretanto, a luta continua e novos desafios virão com certeza.

Não se pode realmente esquecer do seu papel, que é o de formar cidadãos para viver e trabalhar em comunidade.

Por: Prof. Antônio Carlos Abdala