Publicado em 12/05/2010 - educacao - Carlos Alberto/ojogoserio@yahoo.com.br
Professores da rede pública estadual de ensino em Guaxupé promoveram um manifesto na manhã do último sábado, em frente à Escola Dr. André Cortez Granero (ex-Polivalente). Embora tenha sido composto por apenas dez participantes, o movimento visou sensibilizar pais e alunos sobre a necessidade do movimento grevista, que já dura vinte e dois dias. Com um piso equivalente a menos de um salário mínimo, os educadores pedem ao governo estadual o reajuste para R$ 1.312,85. Isto, por uma jornada semanal de 24 horas de trabalho.
Os manifestantes se encontraram às 10h, quando traçaram metas, refletiram sobre as consequências da greve e fortaleceram o propósito de que a paralisação deve continuar. Para Sérgio Luis Faria dos Santos, que além de professor é vereador e presidente do Partido Verde em Guaxupé, a atitude de deputados que votaram contra o reajuste salarial é um absurdo. “Vejo isto com tristeza, pois eles não devem ter tido professores para orientá-los na vida. Infelizmente, estes deputados fizeram um desfavor para a nação e eu enviarei uma carta de repúdio para os representantes do PV que foram contra os professores”, informou Sérgio.
Uma das mais dedicadas à paralisação escolar, a professora Ana Maria Tauil lamentou a falta de negociação do governador Antônio Anastasia para com os educadores. “É um grande descaso com a Educação e não é só o governo não, mas também os deputados que votaram contra nossa causa. Porém, já sabemos que os parlamentares de oposição não votarão nenhum projeto até que o Anastasia nos receba”, disse Ana.
Também presente à manifestação, o professor e músico Ítalo Honário completou: “o que vemos é a não resposta do governador para a nossa classe. Ele tentou nos calar na última semana, mas vimos que o movimento só cresceu com a atitude dele. E digo mais: nós não vamos parar, pois sabemos de nossos direitos; não queremos nada mais do que o piso salarial”, disse ele, que lamentou a falta dos cerca de duzentos e cinquenta professores no local.Ho
Sobre a pouca adesão de professores ao protesto, Ana Maria respondeu: “sabemos que o Dia das Mães faz com que muita gente viaje, mas posso garantir que cada um protesta de sua maneira. Uns como nós, outros pela internet, por panfletagem ou outros meios. Contudo, fica na consciência de cada um, pois a luta é grande e, quando entramos em greve, sabemos que é desgastante. É difícil para os alunos sim, mas ainda pior para nós. Prefiro não falar pelos que faltam a reuniões como esta, pois eu trabalho muito mais quando há greves”, finalizou ela.
Após a reunião em frente ao Poli, os professores que aderiram à manifestação de sábado foram à feira livre, na Praça da Saudade, onde conversaram com cidadãos em busca de apoio para sua causa. Além da questão salarial, eles pedem melhores condições de trabalho em diferentes aspectos. Junto a Guaxupé, protestos ocorrem semanalmente em Belo Horizonte, onde educadores de diferentes cidades tentam convencer o governador Anastasia de que eles têm razão. De Guaxupé, grupos organizados participam destes movimentos desde a última semana.