PATRIOTISMO

Publicado em 29/01/2017 e atualizado em 29/01/2017 - espaco-livre - Da Redação

PATRIOTISMO

Segundo se aprende, sobretudo, na escola, já nos primeiros anos, PATRIOTISMO significa amor à pátria, respeito à bandeira, ao hino que a simbolizam e ao país, onde se dão os primeiros passos. Integram, também, o PATRIOTISMO o orgulho pelas suas instituições e a defesa contra o ataque e menosprezo venha de onde vier, com o sacrifício da própria vida, se necessário for.
Esse patriotismo cultivado levaria a trabalhar-se com honestidade para o desenvolvimento econômico-cultural da nação, implantando-se uma sociedade justa com equilíbrio social, onde todos seriam capazes de auferir renda que satisfizesse suas necessidades, sem escassez de alimentos, com casa própria para morar, escolas para todos, quer através de empreendimentos daqueles capazes para tanto, quer através de empregos estáveis para aqueles que preferirem não se arriscar.
Deveria esse sentimento PATRIOTA estar arraigado no espírito de todos os brasileiros, não importando sua origem, sua profissão, seu grau de instrução, a ponto de levar a todos a amarem seu país com sinceridade e responsabilidade. O amar à pátria é obrigação de todos, mas os homens públicos tem um dever maior, porque fazem parte do cérebro da nação que comanda o seu desenvolvimento e a busca da felicidade de todos os que vivem sob o império da mesma Constituição e da mesma ordem social.
Poder-se-ia dizer que o cérebro do organismo social seria formado pelos Poderes Constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), os quais deveriam funcionar em harmonia e com independência, sempre visando alcançar a excelência em administração pública, econômica e social. A gestão dos referidos poderes deveria ser, rigorosamente, no sentido de criar terreno propício às atividades humanas, de modo que essas garantissem a todos igualdade de oportunidade, segurança, e certeza de que cada brasileiro teria recompensa merecida, na proporção de seu esforço, de sua capacidade e de seu trabalho.
Para tanto, os homens e mulheres que integram os poderes constituídos, sobretudo, os que são escolhidos pelo voto direto do povo, devem ser dotados de várias qualificações, dentre elas e, primordialmente, o PATRIOTISMO. Quem ama sua pátria, trabalha em favor de seu progresso, do progresso de sua gente, e para isso, não permite o desvio do dinheiro dos impostos arrecadados para proveito próprio, nem admite que se fraudem licitações em troca de propinas para o enriquecimento particular, como toda a nação está assistindo, hoje, estarrecida e revoltada.
Todos devem amar o local do seu nascimento. O amor à pátria deve ser incentivado, sobretudo nas escolas, através de inserção na grade escolar da “educação moral e cívica”, ministrada com seriedade e não apenas para preenchimentos de lacunas, no calendário, como às vezes acontece. Cabe, essencialmente, à escola incutir o PATRIOTISMO nos seus alunos e à família estimular a honestidade em seus filhos para que, dessa forma, possa contar a nação com homens e mulheres de têmpera e caráter irretocáveis.
A honestidade, idoneidade e probidade são também requisitos indispensáveis para o exercício do múnus público, mas não bastam, porque não raro, são neutralizadas pela ambição do ser humano. Referidas qualidades devem ser reforçadas pelo PATRIOTISMO, pois, a história mostra que pessoas, até então honestas, em um dado momento de sua vida, se deixam corromper pela cobiça de riqueza material, sem medida.
Se patriotas, essas pessoas resistiriam à corrupção, ao perceberem que os valores desviados dos cofres públicos para os particulares lesam, principalmente, a população mais pobre, que ficam sem escolas públicas bem estruturadas, sem instalações adequadas para a saúde pública e são obrigadas a morar na rua ou em favelas insalubres, sem qualquer segurança.
Em resumo, sentiriam os agentes públicos, selecionados em eleições, se dotados de PATRIOTISMO, que, em última análise, estão lesando sua pátria, que não poderá contar com o grosso da população bem formada culturalmente, bem nutrida, saudável, educada e profissionalmente capaz, porque a receita arrecadada percorre caminhos escusos e se perde no ralo da corrupção e o que sobra, quando sobra, não é suficiente para o atendimento das necessidades da classe menos favorecida da população do país.
Tomara que os fatos ocorrentes ensejem a punição dos corruptos e que esta punição sirva de exemplo para a nova geração de homens públicos, os quais, espera-se, tornem-se adultos dotados de honestidade, plasmada no PATRIOTISMO que deverá ser cultivado, sobretudo, nas escolas desde o ensino fundamental, sem abrir mão da indispensável contribuição da família.
É de se cultivar a esperança de que, depois da espetacular operação denominada “lava jato”, a cargo de órgãos públicos competentes, ainda em andamento, que, felizmente, se mostraram e ainda se mostram indenes à corrupção, o absurdo que se implantou neste país, não voltará acontecer, porque saberão os mal-intencionados que não usufruirão, como acontecia antes, da riqueza desviada, pois estarão trancafiados no cárcere.
Empresários, até então tidos como respeitáveis e idôneos, agentes públicos do primeiro escalão e políticos tradicionais institucionalizaram a corrupção. A licitação deixou de ser um meio legal de o Estado contratar serviços mais vantajosos para seus cofres, eis que passou a ser submetida, antes, às empresas interessadas para que elas fizessem, entre si, acordos que geravam benefícios ilícitos, ora beneficiando uma, ora beneficiando outra, conforme acertavam de comum acordo.
Assim, as empresas, com a participação de agentes públicos e políticos, tramavam no sentido de desviar do erário valores inimagináveis para suas contas particulares, ou de seus sócios, mantidas no exterior, com o auxílio de profissionais em lavagem de dinheiro, de maneira sistemática e organizada.
Para que se faça a blindagem efetiva da organização criminosa, há que se ficar atento às casas legislativas, a fim de que a CORRUPÇÃO E OUTROS ATOS ILÍCITOS próprios DOS HOMENS DE COLARINHO BRANCO continuem sendo CRIMES puníveis com pena de prisão e, ainda, para impedir-se que não se transformem, através de manobras políticas espúrias, apenas em falta de ética, sujeita à simples advertência, sem qualquer resultado prático para quem desconhece o que é moral e não é imbuído do sentimento PATRIÓTICO.

Laércio Galati, Juiz de Direito aposentado, tendo exercido a função nas Comarcas de São Sebastião do Paraíso, Boa Esperança, Muzambinho, Cabo Verde e, por fim, em Poços de Caldas, onde se aposentou e reside. É também funcionário aposentado do Banco do Brasil