Publicado em 10/09/2019 - geral - Da Redação
Ferramenta tecnológica faz parte do
Programa de Educação Fiscal Estadual
No
dia a dia, toda a sociedade utiliza equipamentos e serviços disponibilizados
pela administração pública. O que nem todo mundo se atenta é que, para
cumprir esse compromisso de atender o cidadão, o governo precisa dos
recursos financeiros gerados pelos impostos e taxas pagos pelas empresas e
pelos próprios cidadãos. Para dar transparência a esses
gastos, incentivar e capacitar a sociedade para que participe do processo de
arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro público, o Estado conta com
o Programa de Educação Fiscal Estadual (Proefe).
O
programa acaba de ganhar um reforço na área da tecnologia. Já está em fase de
testes, em algumas escolas de Minas Gerais, o aplicativo “Cidade Legal”, em
formato de jogo eletrônico. A intenção é que a novidade amplie a atuação do
Proefe junto aos estudantes.
Desenvolvido
pelo servidor da Administração Fazendária de Pará de
Minas (unidade da SEF) Mayton Ferreira da Silva, que é
aluno da Universidade Aberta e Integrada de Minas (Uaitec), o game tem
a missão de despertar a cidadania em alunos do ensino fundamental e
séries iniciais do ensino médio. A ideia do servidor era criar um
aplicativo eletrônico que fosse tanto atrativo quanto enriquecedor para o
público jovem.
O
objetivo é que os estudantes, usando o game, interajam
com o dia a dia de uma cidade e tomem decisões, administrando situações
que surjam, seja no âmbito ambiental, patrimonial ou financeiro. E
também que aprendam sobre gestão de pessoas, empreendedorismo, dentre
outros temas, e possam colocar em prática os conceitos de cidadania e
ética, além de ampliar a noção de como o tributo é um importante
instrumento viabilizador de políticas públicas.
O
aplicativo poderá ser usado em diversas plataformas, como tablets,
computadores, smartphones. A opção pelo desenvolvimento de um produto com
esse formato levou em conta o alcance que os App têm sobre a população jovem e
a possibilidade de ser utilizado não só por estudantes de Minas Gerais, como
também de todo o país, por ser totalmente virtual.
Funcionamento 
Como
o aplicativo funciona? O aluno incorpora o personagem de um empresário, casado,
com um filho, morador em um bairro cidade. É um cidadão comum, com tarefas
corriqueiras, como levar o filho para a escola, hospital, fazer compras,
organizar sua empresa e realizar práticas comerciais do dia a dia.
Igual
a todo empresário, toma decisões como contratação de funcionários e
demais ações de gestão. “Nestes momentos é que ele
tem a oportunidade de agir de forma ética, ou não ética, para levar
adiante seu negócio”, esclarece o gestor do Proefe e servidor da SEF,
Luiz Antônio Zanon. Ele pode optar por agir de forma legal e
transparente - pagando tributos, emitindo documentos fiscais
regularmente, comprando material de procedência legal, denunciando crimes
fiscais, exercendo sua cidadania de forma plena – ou pode optar
pela ilegalidade - poluindo, sonegando tributos, omitindo
informações ou agindo em desacordo com as normas legais.
O
empresário/jogador sabe que, se optar por fazer tudo certo, a cidade
em que vive irá melhorar, as políticas públicas poderão ser implementadas
em favor da sociedade, em áreas como
Segurança, Educação e Saúde. Caso opte pela
ilegalidade, descompromisso social e ações antiéticas, será o responsável pelo
desenvolvimento de políticas públicas deficientes e com alcance restrito a
uma pequena parte da população. O que vai resultar
em menor investimento na Educação, aumento da
criminalidade, lixo nas ruas, mais alta incidência de
mendicância etc. “Dessa forma, ficará infeliz e estará
contribuindo para a infelicidade do outro”, define o gestor.
 No
aplicativo, o estudante/participante interage com o ambiente
proposto, usando comandos normais de um aplicativo e, com alguns
cliques, chega  onde quer  ir e agir. Neste conjunto de
ações, ele pode dialogar, ler informativos, fazer escolhas e caminhar até
atingir resultados escolhidos para assim ganhar pontos e crescer como cidadão
consciente. À medida que deixa de fazer o que é correto e
ético, problemas vão aparecendo pela cidade, como rachaduras pelas ruas,
lixo acumulado e outras dificuldades ambientais.
“Quando
ele entende que precisa exercer a cidadania, compreendendo a
necessidade da boa aplicação dos tributos, ele vê que a cidade passa a ter
outra cara”, explica Zanon. O resultado, se tiver seguido as regras
de convivência ética coletiva, será uma cidade melhor
para se viver. O jogador vai entender que a sonegação, o crime e
a corrupção geram consequências danosas para toda a sociedade; enquanto que
ações éticas e cidadãs beneficiam ao conjunto da sociedade.
Proefe
O programa
é desenvolvido em parceria pelas secretarias de Estado de Fazenda (SEF) e
de Educação
(SEE), tendo como premissa mostrar para o cidadão a importância da função
socioeconômica dos tributos. Por três anos seguidos (2016, 2017 e 2018), a
Escola  Municipal Filomena de Oliveira Leite, em Curvelo, foi
finalista do Prêmio  Nacional de Educação Fiscal, promovido pela
Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais ( Affemg). Em
2017, foi a vencedora e levou o prêmio de R$ 5mil. Segundo Raquel Costa,
professora da instituição, com a Educação Fiscal nas Escolas, os estudantes
entendem e aprendem a importância social e cidadã dos tributos. E sabem como
cobrar dos dirigentes a aplicação correta dos recursos arrecadados.
O gestor do Proefe, Zanon, conta que diversas ações são realizadas para despertar a conscientização da sociedade, como cursos, seminários e palestras. O público que participa é bastante diverso, tendo passado já pelas capacitações estudantes de todos os níveis, professores, contabilistas, empresários e entidades representativas de classe.