Publicado em 09/04/2020 - geral - Da Redação
A Polícia Civil de Minas Gerais
(PCMG) realizou, na tarde da quarta-feira (8), pronunciamento referente ao
inquérito que investiga as intoxicações pela contaminação de cerveja artesanal.
O Delegado Flávio Grossi, que conduz a
investigação, destacou a complexidade do caso e ressaltou que, mesmo durante a
pandemia da Covid-19, os trabalhos continuam normalmente. “Hoje, completamos
três meses do inquérito, as perícias estão em andamento e em reta final, e não
pararam em nenhum momento. Elas estão em estágio avançado e próximas de serem
concluídas. É uma investigação complexa, que abrange diversas frentes, perícias
de engenharia, perícias médicas, investigações sociais. Todos os agentes estão
se dedicando para dar uma resposta rápida para a sociedade”, ressaltou.
Ainda segundo o delegado, a hipótese da empresa ter
sofrido sabotagem, a princípio, foi descartada. “Neste momento, a linha de
sabotagem foi descartada; a investigação não evoluiu para esse sentido. A
negligência é umas das linhas que estão sendo analisadas”, revelou.
Até o momento, 66 pessoas prestaram depoimentos, e
o inquérito policial conta com 42 vítimas, sendo nove fatais. “Das nove vítimas
fatais, cinco exames de necropsia direta foram realizados, sendo que quatro
deles foram positivos para contaminação e um está em andamento. As quatro
perícias restantes serão realizadas de forma indireta. Inicialmente, pedimos a
exumação do corpo, mas posteriormente optamos por realizar através de exames e
documentos médicos para a elaboração do laudo médico-legal”, disse.
Com relação aos exames das demais vítimas, o
delegado revelou que continuam sendo realizados. “Até o início da pandemia,
eles ocorriam normalmente de forma direta, mas foram interrompidos em respeito
às vítimas e considerando as recomendações médicas e sanitárias, sendo
substituídos por exames indiretos por apresentação de prontuários, que estão em
andamento. Eles serão analisados pelos médicos legistas, que irão concluir um
laudo pericial”, ressaltou.
Outras perícias já foram realizadas na fábrica com
o objetivo de entender como se deu a contaminação das bebidas. Os trabalhos
estão sendo feitos com a cooperação técnica do Centro de Desenvolvimento de
Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC).
Os tanques onde eram produzidas as cervejas foram analisados. Detalhes da
metodologia utilizada serão divulgados oportunamente.
As investigações estão caminhando para o final, mas ainda não há data precisa para a conclusão.
Por ASCOM-PCMG