Publicado em 19/04/2021 - geral - Da Redação
O enfrentamento aos eventos adversos do clima é um dos grandes
desafios a serem encarados pela sociedade na atualidade e, também, nos próximos
anos. Em Minas Gerais, a atribuição de desenvolver políticas e programas, a
nível Estadual e em apoio aos municípios, para mitigar os impactos oriundos das
alterações no clima, é tarefa da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), por
meio do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas.
Entre as ações executadas pela Feam,
destacam-se àquelas que são direcionadas especificamente para os gestores
públicos municipais, como a Plataforma Clima Gerais, que reúne diversos
conteúdos de apoio às prefeituras para auxílio na adoção de práticas
sustentáveis como o desenvolvimento da economia de baixo carbono. A plataforma
ainda engloba a ferramenta Clima na Prática e o Índice Mineiro de
Vulnerabilidade Climática.
Juntas, as três iniciativas buscam subsidiar
projetos, políticas e ações governamentais relacionados à dinâmica climática,
visando aumentar a resiliência dos municípios frente aos eventos adversos do
clima como as inundações, ilhas de calor, secas e aumento de temperatura.
A plataforma Clima Gerais foi lançada em 2015
como um produto do Plano Estadual de Energia e Mudanças e Climáticas (PEMC),
que compreende as ações de mitigação e estratégias de adaptação a serem
adotadas pelo Estado de 2015 a 2030. Na prática, a plataforma on line tem como
objetivo apoiar municípios e agentes públicos das prefeituras para o
desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, além de garantir a adaptação
territorial das cidades frente às mudanças necessárias para mitigar os impactos
das alterações no clima.
No site da plataforma, é possível ter acesso a um
referencial bibliográfico, com conceitos básicos relacionados às mudanças
climáticas e boas práticas identificadas pela Feam e que podem ser
desenvolvidas nos municípios, contribuindo diretamente para amenizar os efeitos
adversos do clima.
Outro fator que também é acessível a partir
da plataforma Clima Gerais é a identificação de fontes de financiamento que
podem ser utilizadas pelos prefeitos e demais agentes públicos para implementar
ações e projetos relativos às mudanças climáticas que possam reduzir a
vulnerabilidade climática dos municípios.
Outra ferramenta garantida na plataforma
Clima Gerais é a verificação do índice de vulnerabilidade climática de todos os
municípios mineiros, bem como a metodologia utilizada para alcançar o resultado
apresentado.
O grau de vulnerabilidade é obtido a partir
do Índice Mineiro de Vulnerabilidade Climática (IMVC). A ferramenta, disponível
no site da plataforma Clima Gerais foi desenvolvido em parceria com a Agência
Francesa de Desenvolvimento (AFD) e indica qual é o grau de vulnerabilidade das
853 cidades mineiras, ou seja, o quão o município é suscetível às adversidades
que tem como origem alterações do clima. O acesso para conhecer o IMVC de cada
município pode ser feito neste link.
O índice é obtido a partir de um cálculo
feito com base em três indicadores: sensibilidade, exposição e capacidade de
adaptação. São levados em consideração diversos fatores dentro de cada
indicador, até que se obtenha o indicador de vulnerabilidade climática do
município. A Feam pretende, em breve, iniciar uma atualização das informações
que compõe o item.
O banco de dados utilizado para o cálculo do
IMVC para todos os municípios mineiros é consolidado em uma planilha, em que
também há um detalhamento da metodologia utilizada para cálculo. O arquivo está
disponível no site da plataforma Clima Gerais. Os resultados podem ser
utilizados para avaliações prévias sobre as cidades, para intensificar as
pesquisas sobre a vulnerabilidade dos municípios e, também, para embasar o
desenvolvimento de projetos e ações para que os gestores municipais enfrentem
os impactos ocasionados pelas mudanças climáticas.
É importante salientar que a vulnerabilidade
calculada não deve ser utilizada como parâmetro único para a tomada de decisão,
sendo recomendada, ainda, a elaboração de estudos locais mais detalhados.
Outra iniciativa incluída na plataforma Clima
Gerais e operacionalizada junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), a
ferramenta Clima na Prática é um auxílio para a
elaboração e implementação de políticas, planos ou ações relacionadas às
mudanças climáticas, que permite uma definição rápida de um plano de ação.
A ferramenta consiste em uma planilha de
Excel e um conjunto de documentos acessórios que trazem as ações e as etapas a
serem seguidas para cada uma de oito temáticas com potencial para reduzir os
impactos relacionados à mudança do clima. Os temas são: Estratégia;
Participação e Cooperação; Urbanismo e Ambiente Construído; Agropecuária;
Cobertura Vegetal Nativa; Gestão e Produção de Energia; Gestão de Riscos e
Mobilidade. Para cada um desses grupos, a ferramenta apresenta um conjunto de
iniciativas, que totalizam 42 ações a serem colocadas em prática para que os
municípios se adaptem aos efeitos adversos do clima.
Os documentos acessórios atuam como guias
orientativos, com detalhes importantes sobre cada eixo temático, para facilitar
o entendimento das ações e sua implementação pelos municípios. Também fazem
parte da ferramenta um manual geral, além de um guia com perguntas frequentes.
A planilha também permite que os gestores municipais façam o acréscimo de ações
que podem ser desenvolvidas e acompanhadas por outras prefeituras.
A ferramenta Clima na Prática pode ser utilizada
inclusive para a elaboração de um Plano de Energia e Mudanças Climáticas
Municipal. A intenção da ferramenta é também sensibilizar e conscientizar a
população e agentes municipais sobre mudanças climáticas e a criação de uma
cultura de cuidado e atuação sobre as questões do clima envolvendo toda a
população.
Além disso, também será possível definir as
bases para a gestão transversal das políticas voltadas para o clima, revisar e
atualizar as políticas e ações existentes, a fim de determinar estratégias de
curto, médio e longo prazo e ter a indicação clara dos próximos passos.
Todos os detalhes referentes às três iniciativas estão disponíveis no site da Feam, onde os municípios podem obter as informações necessárias para uso das ferramentas por parte dos gestores locais.